UMA DATA NA HISTÓRIA – 20 de Janeiro de 1931… Guilherme José de Melo
Conheci pessoalmente Guilherme de Melo por via do António Alves da Fonseca, o meu “boss” nas Produções GOLO. Já o “conhecia” dos livros, e isto porque a determinado momento, o Guilherme passou a ser colaborador da Agência de Publicidade, cabendo-lhe a tarefa de escrever textos para alguns dos programas, com destaque para o “Extensão 10”, que era transmitido todas as noites das 22 às 23 horas, no Canal “A” do então Rádio Clube de Moçambique, e cuja locução estava a cargo do Fernando Ferreira e da Maria Ricardina.
No âmbito da sua colaboração com as Produções GOLO, Guilherme de Melo fez parte do júri local de um dos Guilherme de Melo, que foi transmitido directamente do Teatro S. Luís em Lisboa para Moçambique.
Importa referir que, quando Guilherme de Melo deixou Moçambique definitivamente, foi trabalhar para o jornal “Diário de Notícias”, que se publica em Lisboa, onde veio a terminar a sua carreira. Foi por intervenção sua, que nos anos 90 me tornei Correspondente deste matutino.
Ficou conhecido pelo trabalho como jornalista e escritor. Foi uma das primeiras personalidades a assumir publicamente a sua homossexualidade em Portugal.
Casou com uma mulher, mas pediu a anulação do casamento por sentir que não podia viver senão como homossexual, uma identidade que assumiu corajosamente num meio preconceituoso.
Algumas das suas obras tratam de temas da vivência homossexual, como “Sombra dos Dias” (1981)
ou “Gaivota: um olhar (por dentro) da homossexualidade” (2002).
Se fosse vivo, completaria hoje o seu 88º aniversário.
João de Sousa – 20.01.2019
2 Comentários
Maria E. Rebelo Nunes
Guilherme de Melo, um homem de coragem, um escritor de valor, um verdadeiro amigo do seu amigo.
Sinto-me honrada por ele ter prefaciado um livro que escrevi. Que descanse em paz
f.ramos34@hotmail.com
Conheci o Guilherme em 55 mas só nos tornamos amigos em Portugal, já em 78. Mais velho do que eu 3 anos e 3 dias. Que descanse em paz.