UMA DATA NA HISTÓRIA – 28 de Março de 1944… Mário Albuquerque
Entre amigos e família, segundo ele próprio contou ao www.bigslam.pt era conhecido como lombriga espanhola, por ser comprido e alto e porque a mãe era Andaluza. Com 5 anos veio para Lourenço Marques. Daqui saiu com 29. Enquanto por cá viveu morou na Rua João das Regras, na Ponta Vermelha, hoje Rua de Nachingwea.
No terreno baldio em frente de sua casa, como qualquer criança, brincava ao “agarra” em cima das árvores, jogava ao “paulito”, ao berlinde, à bola nas covinhas ao redor das árvores, ou ao basquetebol de rua com aros pregados nas árvores a fazerem de cesto. Fazia corridas com carros de rolamentos. Quando os hoquistas moçambicanos ganharam o Torneio de Montreux (1958) e o campeonato do mundo, fingia que patinava, porque patins naquela época era um luxo.
PERCURSO DESPORTIVO:
A estreia de Mário Albuquerque como jogador federado foi na cidade da Beira, num desafio particular, substituindo na época um grande senhor do basquetebol do Sporting e de Moçambique, de seu nome Edmundo Carreira (Bébé Carreira) infelizmente já falecido. A partir desse jogo passou a ser o camisola 12. Oficialmente a sua estreia foi num Torneio da África Austral. No seu percurso de jogador teve treinadores que foram referência no panorama moçambicano do basquetebol, como foram os casos de José Lopes, Alfredo Neves, Luís Pina ou ainda o brasileiro Milton Ruiz e o norte americano Dave Adkins.
O JOGO DE LUANDA:
Na minha vida de relator desportivo houve factos que me marcaram, como por exemplo o que aconteceu no final da temporada 73/74, no Pavilhão do Sporting na então cidade de Lourenço Marques. Vi o Malhangalene, treinado por Adam Ribeiro e tendo como adjunto Juvelino Pereira, pela primeira vez na sua história, ganhar o campeonato nacional de basquetebol em seniores masculinos, com um total de 16 pontos, deixando para trás o Sporting de Lourenço Marques, o Sport Lisboa e Benfica e o Futebol Clube de Luanda. Foi um facto que me marcou pela positiva. Foi um momento de alegria. Era uma vitória dum clube moçambicano.
O lado negativo aconteceu na época 1960/1970. Com 4 segundos para jogar, com posse de bola e a ganhar por 1 ponto, o Sporting de Mário Albuquerque, Nelson Serra, Fernando Fernandes, Sérgio de Carvalho, João Romão, Mora Ramos, Vítor Morgado, John Hucks e Steven Delapp, tendo como treinador Alexandre Franco, consegue perder o desafio. Uma violação de Sérgio de Carvalho (ainda hoje tenho dúvidas se foi ou não violação), e eis que o Sport Lisboa e Benfica, com um lançamento à meia distância de Simões, ganha a partida e o campeonato nacional. Foi um momento triste. Deixámos fugir um pássaro que tínhamos na mão.
MÁRIO ALBUQUERQUE VISTO POR NELSON SERRA:
“É um privilégio falar daquele que na minha opinião foi o jogador mais completo, mais desconcertante, que tornava fácil aquilo que para muitos era complicado com a vantagem de ser o tipo de jogador que nos momentos das grandes decisões fazia a diferença entre os bons e os grandes jogadores.
Tive a sorte de ser seu colega durante toda a minha carreira desportiva e sabia exactamente a forma como ele reagia nas mais diversas situações por mais complicadas que fossem.
Lamento não haver vídeos naquela época para que os jogadores mais jovens e não só pudessem apreciar a versatilidade, inteligência e a grande capacidade que tinha em atacar o cesto, com uma simplicidade de processos que parecia fácil. A juntar a tudo isso, o facto de ser um homem com H grande e de uma enorme humildade, característica típica de grandes campeões, o que granjeou o respeito de todos os seus colegas e adversários.”
Eduardo Mário Garzón de Albuquerque nasceu no dia 28 de Março de 1944. Completa hoje os seus 74 anos de idade. Parabéns grande campeão.
Nota: Pode ver a entrevista “Conheça Melhor – Mário Albuquerque”, clicando AQUI!
João de Sousa – 28.03.2018
4 Comentários
Saguim
Mário…. abração de Parabéns e muita saúde para enfrentares os próximos 26 anitos…
Wanda Serra
Mtos mtos parabens pelas tuas lindas e risonhas primaveras.
Mtos beijitos com mta saudade.
Nao esquecas do bolinho.
Aguardo!!!
Wanda
Alberto Rodrigues.
Tive o grato prazer de ter sido adversário, por diversas épocas do Mário Albuquerque, de quem guardo as melhores recordações, como homem e desportista, mas melhor o conheci como colega de profissão e mais se reforçou a minha admiração, pois ao tamanho físico, corresponde também a mesma amplitude de carácter.
Forte Abraço com desejos de muita saúde.
Amigo aos dispor,
Alberto Rodrigues.
Antonio Ferreira da 5
Eu tive a honra de integrar aquela equipa mencionada atrás. Corroboro a opinião do Nelson Serra sobre o Mário Albuquerque que para mim é o melhor de sempre. Envio um abraço amigo e votos de boa saúde para todos. Fui campeão provincial de Moçambique com o treinador Steve Dellap