“O PROCESSO SÓCRATES”
Fui “obrigado” a escrever este post porque o meu grupo de amigos acusou-me de ter sido tão lesto a comentar a afirmação: “Estiveram em África a enriquecer às nossas custas”, publicada AQUI no BigSlam em 9Mai2017. E agora face a um problema Nacional, muito mais grave! Estar calado.
– Depois de lhes fazer notar que não sou político, senti-me na obrigação de o escrever, e pedir ao Samuel o favor de publicar.
A minha opinião sobre este processo é igual, à tua…e à tua…à vossa…. e à vossa …..e à da justiça.
Sócrates – “ Foi um filósofo ateniense do período clássico da Grécia antiga. Nasceu em Atenas a 469 a.C. e faleceu em 399 a.C. Creditado como um dos fundadores da filosofia ocidental, é até hoje uma figura enigmática, conhecida principalmente através dos relatos em obras de escritores que viveram mais tarde, especialmente dois de seus alunos, Platão e Xenofonte”. – Web.
Não é deste que quero “falar”.
De quem eu vos quero “falar”. – É de um político português também chamado Sócrates – José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa. Que foi primeiro-ministro de Portugal, de Março de 2005 a 21 de Junho de 2011.
Pela forma eficaz como comunicava e apresentava as suas ideias, foi um caso sério de popularidade! Não só entre o povo, mas entre as elites e os media.
Este eu sei que está envolvido num “processo”. – Porque a acusação que lhe é feita já é do domínio público, e faz parte da “Operação Marquês”. Há também na internet cópias das suas escutas telefónicas e de partes do processo.
“Justiça pede 58 milhões aos arguidos da Operação Marquês
Ministério Público actua em defesa do Estado no pedido de indemnização cível e pede quase 60 milhões. Só Sócrates e Santos Silva deverão pagar 19,5 milhões, de forma solidária.
No total, o Ministério Público (MP) considera que os 28 arguidos da Operação Marquês lesaram o Estado em 58 milhões de euros.…….”– Filipa A. de Sousa, DN -11 Out 2017
Não sei se é culpado, ou não! Sei, que como os outros arguidos do processo é acusado da suspeita de crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais. E encontra-se a aguardar julgamento em liberdade com Termo de Identidade e Residência.
Sei também, que uns o defendem. Outros dizem que é um psicopata. Outros ainda, dizem que não passa de um mitómano. A mitomania é um distúrbio que leva a pessoa a mentir compulsivamente, e o mais grave: – É acreditar na sua própria mentira!
Tenho de elogiar o trabalho do Ministério Público no seguimento do rasto do dinheiro que andou de bancos para offshores; de offshores para bancos, fartando-se de mudar de dono e “untou” as mãos dos 28 arguidos. – Não sei de quem é esse dinheiro. Ou melhor, sei: – É nosso e de alguns accionistas!
Pelo que tenho lido, ouvido, e porque já há 8 elementos do seu governo, – 6 ministros e 2 secretários de estado, – que também vão ser ouvidos; tenho para mim que na veracidade (?) das acusações o que vai estar em causa neste julgamento é todo um regime democrático que quando exercido por pessoas menos sérias, corruptas e muito habilidosas porque não precisam de pistolas para assaltar! – Se transforma num polvo com tentáculos mais abrangentes do que o dos piores regimes fascistas.
Creio que os culpados destes casos só chegam a este ponto, porque:
Maior que um político corrupto, são os cidadãos e os outros políticos que o defendem”!
Por isto;
– se realmente for culpado(?) não deve cair sozinho!
– Só mesmo em África!…Vejam, e comentem, o vídeo abaixo da clínica de tratamento de políticos corruptos.
Para nós, com o BigSlam, o mundo já é pequeno!
João Santos Costa – Novembro de 2017
2 Comentários
VRR
Não me sentido eu obrigado a escrever e/ou a responder a esta reflexão sobre Sócrates, para tentar enriquecer o debate e homenagear o autor do artigo, gostaria, numa outra perspectiva mais filosófica, chamar a atenção para o facto de, ao contrário do que se possa pensar à primeira vista, existirem muitos pontos comuns entre o Sócrates grego e o Sócrates português. Vejamos:
1. Os dois consideravam-se filósofos no sentido etimológico do termo;
2. O grego estudou em Atenas, o português não se sabe bem onde começou mas acabou em Paris;
3. O grego nunca escreveu nenhuma obra e tudo o que se conhece dele é sobretudo através da obra do discípulo e amigo Platão;
4. O que sabemos do português é através da bisbilhotice do ministério público e imprensa que descobriram que ele também tinha grandes amigos que não só escreviam por ele como ainda lhe proporcionavam uma vida digna porque ao que parece ele também nunca escreveu nada – escreveram por ele para que comprasse os livros de que é “autor” escrito por terceiros;
5. O grego deambulava por Atenas e questionava as pessoas sobre o sentido da vida, etc.;
6. O português possivelmente também questionou alguma população de Paris no sentido de emitirem opinião sobre aquele estudante de filosofia (que por mero acaso foi 1.º ministro em Portugal). O que pensariam os parisienses sobre aquela figura esbelta, personalidade forte e inteligência brilhante?
Obviamente que estas questões eram feitas num francês perfeito porque as aulas de inglês técnico aos fins-de-semana não davam para tanta eloquência;
7. Pelo que ouvimos pelas gravações o português alargou as suas questões ao contabilista e outros cidadãos no sentido de saber o que é essa coisa de IRS, IVA, recibos verdes, transferências bancárias, etc.
O Grego só não fez estas perguntas aos atenienses porque como sabem naquela época acho que estas formas elaboradas de extorquir quem trabalha ainda eram embrionárias;
Na minha óptica a grande diferença estará no final. O grego teve morte voluntária assistida bebendo sicuta; o português assistirá à morte dos juízes, e dos tribunais que o acusam (e quem sabe de Portugal) aguardando na celeridade da justiça aquela coisa que se chama de trânsito em julgado: entretanto devido aos engarrafamentos desse trânsito irá continuar a beber bons vinhos e champanhe na boa linha dos filósofos parisienses.
Tenham uma boa noite e divirtam-se vendo o vídeo da clínica para políticos. Abraço
João Costa
Comparação exemplar, VRR! Creio que todos vão gostar de ler. Sabendo como “trabalha” a justiça no nosso país todos estamos de acordo com o último parágrafo do seu comentário. Apareça sempre no “nosso ponto de encontro”. Obrigado pelo seu comentário. Um abraço.