O saque e pilhagens continuam em África…
A corrupção, pilhagem e saques, na antiga África Portuguesa e na África do Sul, não param!
São praticados por bandos, que na gíria popular são conhecidos por “vampiros, abutres ou lobos”. Não passam de ladrões criminosos (mabandidos1), que como “lobos” actuam em alcateia.
Durante quanto tempo mais, estes “mabandidos” vão continuar a “pilhar e saquear” estes países?
– Na África do Sul estes “lobos”, formados por grupos de populares, começaram a “treinar” com a extinção do apartheid (17.Março.1991), até ao fim da era Mandela.
Depois de “treinados”, e seguido de algum estágio de acalmia, as pilhagens e saques com destruição de bens começaram em força. Partem e destroem tudo! Desde que para tal consigam um qualquer acontecimento político, judicial, económico ou outro que não seja do seu agrado!
Pelo que tenho lido e visto nas televisões, estou em crer que as forças da ordem estão a ser demasiado passivas! E não fazem ver a estes grupos de “abutres” que estão a destruir um país e sua economia que até há uns anos atrás, e a par da Nigéria, era dos mais ricos e desenvolvidos de África.
– Já na antiga África portuguesa, as “pilhagens, saque e corrupção” começaram com a independência!
Em que, pela estratégia do medo e insegurança, os naturais e residentes foram espoliados de tudo aquilo que lhes pertencia. Sem nunca receberem estornas desses bens!
Os roubos e a corrupção têm durado até hoje. E com “perspectivas” de continuar!
Os seus “autores” são “Lobos”, mascarados de: – Mabandidos, políticos, militares de altas patentes, empresários, economistas e altos quadros da administração pública entre outros!
Trabalham em “alcateia2 “. Utilizam métodos sofisticados, e o seu voraz apetite por milhões de dólares, euro e outras moedas, é enorme!
Banqueteiam-se à vontade, porque uns encobrem os outros!
E porque a grande maioria do povo são “cordeiros mansos”, e permitem! Mesmo sabendo da existência destas “alcateias”, preferem viver na miséria nos seus distritos, que são ricos.
Alguns “Lobos” por denúncia ou inveja, são apanhados nas malhas da justiça. Como nos conta a comunicação social sobre Moçambique:
“O actual presidente, Filipe Nyusi é o mais rico de Moçambique
Um ranking publicado pela Africa Trendy dá a conhecer as cinco pessoas mais ricas de Moçambique, onde o atual Presidente da República Filipe Nyusi lidera destacado, sem que se saiba, contudo, qual o valor da sua fortuna Nyusi, de etnia maconde, é o Presidente da República de Moçambique desde 2015, tendo sido reeleito no ano passado. De 2008 a 2014 foi o Ministro da Defesa do país. Pertence à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).
No segundo lugar surge o anterior Chefe de Estado moçambicano (2005-2015). De acordo com o jornalista de investigação Marcelo Mosse, Armando Guebuza, que liderou este ranking diversos anos, ganhou a alcunha de “Mr. Gue-Business”. É accionista da cerveja Laurentina, a segunda maior cervejeira do país (a 2M é hoje a mais vendida). É igualmente um dos maiores acionistas do Banco Mercantil de Investimentos….” Jornal de Notícias JN de 1/7/2020
“ Vai começar o maior julgamento de corrupção da história de Moçambique
Entre os 19 arguidos do escândalo das dívidas ocultas não consta o nome do ex-Presidente Armando Guebuza, mas é nele que se pensa porque tudo aconteceu no seu Governo … Entre os 19 arguidos, estão Armando Ndambi Guebuza, filho mais velho do antigo Presidente Armando Guebuza, a antiga secretária particular do ex-presidente Inês Moiane e o seu antigo conselheiro político Renato Matusse… São também arguidos o antigo director-geral do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE), a “secreta” moçambicana, Gregório Leão, e o antigo director da informação económica da instituição António Carlos do Rosário… As “dívidas ocultas” estão relacionadas com empréstimos no valor de 2,2 mil milhões de dólares (cerca de dois mil milhões de euros), contraídos entre 2013 e 2014 pelas empresas estatais moçambicanas Proindicus, Ematum e MAM…Estes empréstimos foram secretamente avalizados pelo Governo da Frelimo, liderado por Armando Guebuza, sem o conhecimento do Parlamento e do Tribunal Administrativo…” Jornal Público de 22Ago2021.
“Corrupção generalizada: Ninguém fica bem na fotografia
O Estado moçambicano acusa o então ministro das finanças, Manuel Chang, de aceitar pelo menos 5 milhões de dólares em subornos e avança que foram realizadas transferências para várias pessoas próximas do ex-presidente Guebuza, incluindo o seu assistente pessoal e o filho mais velho. Os subornos ascenderam a, pelo menos, 136 milhões de dólares, de acordo com a queixa apresentada pelo governo moçambicano. Moçambique alega que Chang não tinha autoridade para assinar as garantias soberanas e que estas são inconstitucionais e ilegais porque não passaram pelo crivo do Parlamento de Moçambique…”
A Corrupção continua a crescer em Moçambique
Nos últimos dez anos, os Indicadores Mundiais de Governação deterioraram-se em todas as dimensões”, pode ler-se num relatório publicado anualmente. O governo moçambicano reconhece que os indicadores sobre corrupção e governação se têm degradado progressivamente e que é urgente intensificar as medidas de combate ao desvio de recursos públicos, refere um estudo elaborado pelo executivo num documento, de 50 páginas que contou com a assistência do Fundo Monetário Internacional (FMI), e admite que os indicadores transversais de Moçambique sobre governação e corrupção têm-se deteriorado, progressivamente…” Lusa 23.Ago.2019
Tudo isto acontece porque Moçambique é um país rico, que começou a contar com o dinheiro que haveria de vir dos investidores e da banca internacional para exploração dos recursos naturais. Mas a “alcateia de lobos” que actua dentro e fora do país, com os seus “golpes de mão” deixam o povo na miséria!
Disseram-me que quem trabalha com mel (dinheiro) tem tendência a “lamber os dedos”. E pelos vistos parece que para muitos desses, é verdade!
- (1) Mabandido termo moçambicano que quer dizer Ladrão
Para nós com o BigSlam, o mundo já é pequeno… Muito pequeno!
João Santos Costa – Outubro de 2021
21 Comentários
Cândido Ramiro Filomeno do Carmo Azevedo
Excelente artigo. parabéns amigo.
João Santos Costa
Quero vos agradecer o tempo que dispensaram a ler este meu post/artigo sobre “O saque e as pilhagens em África”.
Um agradecimento especial aos que colaboraram com os seus comentários, que li com muito prazer.
Dizer-vos que o BigSlam conta com a participação e colaboração de todos nas futuras publicações.
Até breve aqui no “nosso ponto de encontro”.
Muito bem hajam.
JSC
Virgilio Horta
Obrigado João por teres posto o dedo na ferida. Todos sabíamos e sabemos o que vai acontecendo,na nossa terra. Isso já não tem solução. Grande abraço e continua….
jose alexandre russell
Bem lembrado João. E que aqueles que julgam que nunca lhes caberá a si a sua vez, que se desiludam. Fujam enquanto é tempo. E os povos, continuarão a sofrer. A grande maioria. A mim não me surpreende.
jose pedro cardoso
João
Todo o Mundo sabe disto desde sempre, e o que faz quem pode? Nada. É, e será sempre assim. Justiça é palavra morta nestas situações.
Aprenderam rápido e muito bem com quem os “ensinou”, e com os exemplos todos os dias levantados e………..nada.
Manuel Martins Terra
Infelizmente a corrupção é um fenómeno que vai atacando governos, sociedades e economias, sendo que nos países mais pobres, se vai assistindo paralelamente aos saques e pilhagens. Os recentes distúrbios na África do Sul, onde vários empresários portugueses viram tudo destruído e saqueado, são a prova da instabilidade politica gerada por governantes corruptos, que afundam países ricos e lançam os seus povos no caos e na miséria. Moçambique, debate-se igualmente com uma situação sócio-politica instável, provocada pela elite governamental que cede a interesses das grandes multinacionais, que exploram sem regras bem definidas a maioria da população que vive numa pobreza confrangedora. Neste quadro, a justiça moçambicana julga o maior processo de corrupção do país, o caso das “dívidas ocultas”, que envolve altas figuras governamentais que lesaram a economia moçambicana em (2,3 mil milhões de euros), em financiamento de referenciadas empresas estatais locais. A par disto, vai-se assistindo sobretudo em Maputo, a roubos diários e raptos planeados ao pormenor. Pobre povo moçambicano, que vai sentido na pele todos estes desmandos, e que tarda a achar a paz de que tanto necessita. Caro amigo João, tens toda a razão do mundo, quando dizes que os lobos comem tudo e não deixam nada. Enquanto a alcateia uivar, o rebanho não pode descansar. Um abraço do amigo, Manel.
francisco da costa
grandes verdades e viver de saudades nao e viver a realidade de AFRICA penssava que era so eu por isso nao tenho mais saudades da minha terra a AUSTRALIA da me aquilo que perdi paz de espirito e reformas sociais coisa que nem portugal as da um prazer ouvir alguem que diz a realidade
João Mendes de Almeida
Meu caro Amigo João, todos nós sabemos que esta roubalheira que graça na nossa antiga África é exactamente a mesma que graça no nosso pobre país. Guebuza, Sócrates, Salgado…são todos futos do mesmo saco que, infelizmente, continuarão impunes e vendo os seus crimes prescrever, protegidos por juizes da mesma cor e com os mesmos interesses. A esperança que eu tinha que um dia isto mudasse…já lá foi. Resta-me a esperança de que, se Deus realmente existe, um dia faça justiça.
Abraço grande
Nelson Silva
Caro João: muito oportuno este teu trabalho sobre a roubalheira que grassa em África, em particular nos territórios que melhor conhecemos. Muito obrigado. Ao longo dos tempos fui ganhando a convicção de que as pilhagens, bem como a corrupção generalizada são consentidas pelo topo da hierarquia dos países. Enquanto nos preocupamos a denunciar esses actos, o topo da hierarquia vai enriquecendo sem grande ruído. Veja-se o caso de Moçambique, em que o actual presidente é o homem mais rico do país, seguido dos seus antecessores, num regabofe em que se procura ir batendo o recorde de riqueza acumulada pelo anterior presidente.
António Soeiro
Parabéns amigo João pelo teu excelente artigo. Realmente a “alcateia” não dá tréguas e infelizmente este mal é transversal a muitos países de todos os continentes mas é particularmente notório no continente Africano.
No que toca à África do Sul, desde que terminou o apartheid e em especial desde que terminou a governação de Nelson Mandela, que realmente foi uma benéfica exceção, todos os governos subsequentes alinharam no “saque e pilhagem” das riquezas do país e consequentemente se os governantes são corruptos e ladrões igualmente o povo segue esses exemplos e age em conformidade.
Já no que toca às ex-colónias portuguesas e especificamente a Angola e Moçambique o que se verificou foi a entrega do poder ao MPLA e à Frelimo sem que tenha havido qualquer tipo de negociações sérias para proteger os interesses das populações de todas as raças e credos, e assim se criaram situações de puro abandono pelas autoridades portuguesas que levaram e continuam a levar ao saque e pilhagem das riquezas dos países por governantes corruptos e ladrões. E não vejo jeito de estas situações serem revertidas num futuro próximo.
Quim Pereira
Amigo,
Triste e penoso calvário está reservado ao povo depois da independência de Moçambique – da forma como foi executada (é referido que tudo começou após a saída dos portugueses, não foi??) – e que nos entristece a todos, naturais e não-naturais (mas orgulhosamente Moçambicanos), que nos vimos forçados a abandonar aquele que podia ter sido um maravilhoso país.
Artigo muito oportuno, já que a corrupção (que pode configurar uma forma de roubo!) é um flagelo transversal a vários continentes e que nos afecta de forma cruel a todos nós, portugueses.
Aquele abraço.
Zé Carlos
No caso de Moçambique, os parasitas que pululam no Oásis do Maputo, preferem as lentes côr de rosa com que se habituaram a olhar em redor …
Fernando Gil Araújo
Estes Políticos Africanos não estão interessados no Desenvolvimento dos seus Países nem dos Povos.Quanto mais Miséria e Desordem, mais os Políticos se”Governam”com os seus Pares e Familiares.A Comunidade Internacional ainda não percebeu que os Financiamentos,e Doações e as ONGs, pouco conhecedoras de África e Africanos só conseguem chegar um Pequena Ajuda mesmo considerando a Boa Vontade e Esforço.Levará Séculos tantos quantos a Comunidade Internacional , perceber os Seus Erros em África.
Brito Gouveia
Uma triste história, já recorrente em África… A maioria dos governantes apenas procuram avidamente obter a sua riquesa e opolência, em detrimento do seu povo, cuja maioria vive abaixo do limiar da pobreza, sem as básicas condições de vida.
Carlos Hidalgo Pinto
São necessários alguns fluxos migratórios de técnicos em diversas áreas industriais, para que se registe um take-off industrial em Moçambique. Entretanto não é possível porque anacrónico, criarem-se zonas no território, como no início se designavam de Nova Inglaterra, Nova Holanda, Nova Escócia, etc., implicando o fixar de população nas actividades agrícolas e posteriormente industrializadas. A população moçambicana necessita de fluxos migratórios planeados, de qualidade e da elaboração de planos de ação endógenos, portanto feitos pelas autoridades nacionais adequadas e a nível regional, na agricultura e na indústria. Isto seria feito com o apoio e cooperação dos países desenvolvidos e sob monitorização mista, portanto por órgãos internacionais e também moçambicanos. Talvez se pudessem evitar desvios de recursos.
Torna-se difícil haver desenvolvimento numa situação de instabilidade e de muita gente desempregada. Qualquer novo país que após a independência, registou uma guerra civil e num contexto de guerra fria, vê-se confrontado com factores externos como a dependência externa e com factores internos, caso da instabilidade política e social, devido a divisões internas de vária ordem. O país necessita de cooperação técnica internacional.
Um dos principais cimentos de ligação entre os vários grupos étnicos moçambicanos é sem qualquer dúvida, a língua portuguesa.
Moçambique precisa mais do que nunca, de uma abordagem positiva para conseguir o desenvolvimento e progresso social e económico.
Dulce Gouveia
Parabéns João pelo tema sempre actual.
Infelizmente essa pandemia não acaba e o “vírus ” está cada vez mais forte, não só em Mocambique mas a nível mundial.
Abraço
Vitor Teixeira
Por isso África está da maneira que todos sabemos Estes gatunos dão cabo de tudo e passeiam à grande pelo resto do mundo à custa das dizimadas populações locais. E as grandes potências nada fazem porque também lhes interessa.
Carlos Guilherme
Caro Amigo João:
Puseste o dedo na ferida. Obrigado pelo teu artigo. Sei que fala verdade pois tenho um grande amigo na África do Sul que validaria certamente tudo o que dizes e até acrescentaria mais. Parabéns
Carlos Guilherme
Francisco Carvalho
Artigo bastante interessante, parabéns.
BigSlam
Um problema sem fim à vista no continente africano. E, como sempre, quem se lixa é o “mexilhão”…
BigSlam
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