Recordações de Nampula “A Linda”
“Nasceu e cresceu” entre serras, e por isso ainda é mais bela!
Chamaram-lhe a LINDA.
“Sabia que este relógio é uma edição limitada com poucos exemplares, e é conhecido pelos colecionadores pelo Big Eye?” Perguntou o ourives ao meu filho enquanto lhe trocava a bracelete por uma nova.
“Não, não sabia. Nem sei se o meu pai sabe! Porque este relógio é dele”. Disse-lhe o meu filho.
Eu tão pouco sabia! E creio que o ourives, que mo vendeu, também não. Porque se soubesse não o tinha vendido. A única coisa que sei é que quando lhe dou corda e olho para ele lembro-me dos meus 20 anos e do tempo que passei, como militar, na linda cidade de Nampula, aonde o comprei em 1966.
“Nampula a Linda”
Das fotografias que tinha como recordação da minha permanência nesta cidade já só me restam estas!
Porque todas as outras ficaram espalhadas no cais de Lourenço Marques. Como conto aqui no BigSlam, no artigo: “O filme de um Contentor”, publicado no dia 3 de Fevereiro de 2017.
“Tudo indica que o nome da cidade se deve a um líder tradicional conhecido por, M´phula ou Whampula.
A cidade tem origem militar. Uma expedição chefiada pelo Major Neutel de Abreu acampou nas terras de Whampula a 7 de Fevereiro de 1907 e criou o comando militar de Macuana.”
“A povoação foi criada em 6 de Dezembro de 1919 tendo-se tornado a sede da Circunscrição Civil de Macuana em Junho de 1921. A chegada do caminho-de-ferro, a partir do Lumbo contribuiu para o desenvolvimento da povoação, que foi elevada a vila em 19 de Dezembro de 1934, e a cidade em 22 de Agosto de 1956.”
Estátua do Major Neutel de Abreu situada na praça do mesmo nome. O edifício ao fundo era o Quartel-general. Após a independência esta estátua foi retirada e deslocada para uma área lateral da antiga capela militar onde permanece à sombra de uma mafurreira(?).
Com o início da guerra colonial em Moçambique os altos comandos militares instalaram o Quartel-General avançado em Nampula, nos fins de1964. E o distrito passou a ser conhecido nos meios militares por: ZIN (Zona de Intervenção Norte).
Os militares destacados para a zona operacional do Niassa, e não só! Tinham passagem por Nampula. Outros apanhavam aqui o comboio até ao Catur, onde terminava a via férrea, para depois seguirem em coluna até ao seu aquartelamento.
Nampula era/é, por direito próprio, a terceira cidade de Moçambique.
Quando lá cheguei em 1966, não sabia que ia encontrar uma cidade moderna com largas avenidas “desenhadas a régua e esquadro”, com tudo no lugar certo! Uma cidade com um traçado geométrico de causar inveja a outras cidades do litoral! Com equipamentos como o moderno hospital Egas Moniz em fins de construção,
o Museu, uma linda Catedral, escolas, o cinema Almeida Garrett, os Clubes Niassa, Sporting, Ferroviário e o Benfica.
Não tenho em memória do nome desta avenida. Mas pouco me importa! O que conta é a recordação.
Em primeiro plano o cinema Almeida Garrett, a seguir o edifício João Ferreira dos Santos. E ao fundo na esquina ficava “o café mais movimentado”: – O Café Portugal, do senhor Marques. Que naquela época era sem dúvida a personalidade mais conhecida da cidade!
O cinema, aqui pintado de amarelo,
aonde às vezes, na sessão da noite, via em repetição os filmes, para depois ir com os amigos para o clube do Niassa jogar à “batota” (jogo de cartas a dinheiro) até quase o sol nascer.
Era aqui, no Clube do Niassa, aonde passávamos parte das noites.
A ida para o Clube era combinada no Café Portugal. Que passou a ser o nosso “Quartel Operacional”. Era neste café que encontrávamos os parceiros para o jogo.
Aqui combinávamos também as voltas e passeatas! Nada era feito que não fosse aqui combinado. E não muito distante, um pouco acima junto à vedação dos caminhos-de-ferro, ficava o bar do Sr. Manuel Sargento, onde às vezes se faziam os petiscos.
O “Ícone” da cidade: – A Praça do Infante.
Na foto, em primeiro plano, o hospital Egas Moniz que em 1966 ainda não estava concluído. Só começou a funcionar em 1967. Na altura um médico militar que ali prestava serviço, disse-me que era o hospital mais bem equipado de Moçambique!
Era nesta bonita Praça, também com muito movimento, que funcionavam o Casão Militar, o Café Infante, outros serviços e comércio.
Era atravessada pela rua Luís de Camões, aonde tive uma república por ficar próximo da zona dos quartéis.
O hospital Egas Moniz é hoje o hospital Central de Nampula. E creio que é o principal hospital do norte do País.
Próximo desta Praça, numa avenida paralela, não longe daqui, ficava o lindo parque Felgueiras e Sousa, que tantas recordações deixa aos ex-residentes e todos que por aqui passaram!
Foi neste parque que o João Picado (?) ou o Palma Mira (?) ouviu de uma estudante uma resposta que não esperava:
Estávamos no parque, numa amena cavaqueira, quando passou uma jovem bem-feita de corpo, e os livros debaixo do braço. O João Picado (?), para se meter com ela, chamou-lhe: “Sua feia!” Ela respondeu: “Sou feia, mas sou boa! E não sou para os teus dentes”. Desatámos a rir. A partir daí sempre que a víamos, passou a ser: – “A Boa”!
O Museu de Nacional de Etnografia, com a sua imponente entrada a fazer lembrar os palácios da Roma antiga, do tempo de Nero.
Por ser o único museu não localizado em Lourenço Marques, era também muito visitado. O seu objetivo é mostrar aspetos materiais da cultura moçambicana. Apresenta uma vasta coleção de artefactos e objetos que retratam a vida quotidiana, e a cultura de todo o país mas especialmente do Norte de Moçambique.
O “Ex-Libris” da cidade – A Catedral de Nossa Senhora de Fátima.
A sua construção moderna não passa despercebida a ninguém! Foi sagrada a Nossa Senhora em 23 de Agosto de 1956 e foi a primeira catedral do mundo dedicada a Nossa Senhora de Fátima.
Aos domingos, em frente à Catedral, era feita a feira de artesanato. E era o habitual ponto de encontro de todos que queriam comprar recordações e lembranças em pau-preto e pau-rosa para oferecer aos familiares ou satisfazer os pedidos dos amigos.
Na feira as peças mais procuradas em pau-preto eram os candeeiros de pé alto, os cinzeiros, as estatuetas, os animais africanos e as aldeias indígenas.
As estatuetas, que entre outras peças, também tinham muita procura. Nampula também valorizava o apoio ao desporto, e tinha três clubes de referência!
A piscina do Ferroviário com a sua prancha a recordar o Desportivo de Lourenço Marques.
A tratada relva para espaço de lazer à volta da piscina.
Ao lado ficava o Pavilhão de Desportos do Ferroviário.
Sede do Sporting de Nampula
Retenho em memória esta rua com os pisos desnivelados!
A bonita rua das Flores onde tive a 1.ª república não muito distante da zona dos quartéis.
Nampula foi construída entre montes e serras, e as mais conhecidas são a “Serra da Mesa e a Cabeça do Preto”.
Nesta foto a “Cabeça do Preto” é uma “concorrente” da “Cabeça do Velho” em Vila Pery (Chimoio), cuja estória já foi aqui muito bem descrita no BigSlam, pelo Silvi Manu (Manuel Silva) com o título: “Mistérios e Maravilhas da Cabeça do Velho” publicada em 6 de Dezembro de 2023. Ambas as serras têm a sua beleza!
Hoje Nampula pouco tem a ver com a cidade que conheci em 1966! Deu um salto no tempo, modernizou-se e adaptou-se ao novo país. Com novo comércio, modernos hotéis, escolas superiores e universidade. Mas para mim é sempre a Nampula, que também foi a minha cidade, e recordo ao olhar para o relógio.
Veja o vídeo sobre a moderna cidade de Nampula:
Comecei com o relógio e vou terminar a contar a sua estória.
Ao passar numa ourivesaria de referência, não muito longe do Café Portugal, vi na montra um relógio Breitling que eu gostava! Mas só tinha 2 contos e quinhentos (12,50€) produto da “batota” da noite anterior, e não chegavam para o comprar. Pedi ao ourives para me conceder crédito! Ele disse que não fazia prestações a militares. Mas que tinha recebido um modelo novo de outra marca eu ia gostar, e vendia-mo por 2 contos e duzentos (11,0€). Depois de o ver, disse-lhe que não! Só estava interessado no Breitling.
Já estava fora da ourivesaria e reconsiderei! Voltei atrás e comprei o relógio.
Estava longe de imaginar, e possivelmente o vendedor também! Que este relógio, que ele só tinha recebido um, é muito procurado. E para os colecionadores tem valor superior ao Breitling.
Deixei de o usar porque, como consequência da tecnologia, o relógio que hoje uso é uma pilha com um mostrador e dois ponteiros!
- Informação colhida da Wikipédia, e fotos copiadas, com a devida vénia, da Arsilnet e Delagoa Bay.
Para nós, com o BigSlam, o mundo já é pequeno… Muito pequeno!
João Santos Costa – Março de 2024
23 Comentários
antonio carita
tambem estive nesta linda cidade de onde guardo grandes recordaçoes muito bom recordar locais por onde fui feliz obrigado pelo trabalho desenvolvido
Angelina
Parabéns amigo João por mais esta partilha da sua vivência , pois é sempre um gosto ler o que escreve .
Não conheço Nampula mas através do seu relato e fotos fiquei a conhecer um pouco.
Grata ! Beijinho
Virgílio Horta
Obrigado João por mais este trabalho. Eu também estive em Nampula, mas em 1972 e adorei. Vivi neste teu artigo a minha passagem por aquela cidade. Grande abraço
Manuel Martins Terra
Caro amigo João, gostei de ler a tua descrição sobre a bela cidade de Nampula, com as suas bem conseguidas artérias e infraestuturas, que acelerou o seu progresso com a deslocação do Quartel General para lá , tornando-se a cidade militar por onde passaram milhares de jovens a caminho de uma malfadada guerra. De todos os que por lá passaram, não me admira que guardem dentro de si os bons momentos vividos. Curiosa, a história do teu famoso relógio a que o ourives teve a sua quota parte, ao desviar a tua atenção para o qual dispunhas a quantia certa para a aquisição. Quem diria que fizeste a escolha certa, no momento certo. Hoje é uma relíquia, e muito de Nampula, dentro dele. Um abraço, do amigo Manel.
Eliseu
Lindas, apreciáveis e fácil de intender as suas expressões, sobre a minha cidade Nampula. Vais amar si tiver plano de vir passar aqui os dias de férias ou aposentadoria
Mario Rocha
Estive em Nampula de 1963 a 1966, na FAP com comissoes em Mueda e Vila Cabral . Conheci e relembrei todos os locais que menciona e recordo com saudades a piscina do Ferroviario que frequentava diariamente assim como a piscina da represa. Bons tempos. Obrigado pelas memorias
Brandão
Também passei parte do meu serviço militar no distrito de Nampula,mais propriamente em Namapa 1969 -1972 também conheço um pouco a cidade de Nampula. Abr
aço; José Brandão
Fernando Gil Teixeira de Araújo
Obrigado João Costa,pelo magnífico trabalho.Já publiquei em Nampula a Linda.Abraço
Maria Helena Rocha
Obrigada, João.
Obrigada pelo amor com que fala da minha terra. ainda por cima uma terra que o João conheceu possivelmente em tempo adverso, como todos os jovens militares que tiveram que fazer a tropa em África.
Fico grata por se lembrar tanto de cada rua, de cada espaço e por falar deles com carinho. Às vezes é tão difícil partilhar essas memórias e essa saudade com quem não conheceu Moçambique!
Um abraço
Milena
Eduardo Horta
Amigo João, Parabéns pelo artigo que me veio avivar a memória do pouco que conheci de Nampula. Como muitos da nossa geração, por aqui passei em cumprimento do serviço militar obrigatório (nem para todos!). Uns por aqui ficaram e para outros, um ponto de passagem, como bem referes. No meu caso foi mesmo de passagem até Mueda, numa coluna do Esquadrão que tinha partido da Beira. Pouco tempo aí estive, mas deu para conhecer esta bela cidade onde voltei por 2 vezes, mas sempre por curto espaço de tempo. Recordo um pouco de tudo, não deixando de mencionar uma certa piscina, como deves calcular. Gostei dessa da “feia”e do Palma Mira que foi meu colega nos Maristas de LM e um bom amigo. Um grande abraço,
José Pereira
Boa noite a todos,
Haverá por aqui alguém que tenha estado na Polícia de Segurança Pública de Moçambique?
Estou a realizar um trabalho sobre a PSP no Ultramar, e procuro fotos de Uniformes, Planos de Uniformes, fotos de veículos utilizados e fotos de emblemas usados pela PSP de Moçambique.
Desde já agradeço a atenção dispensada.
Um forte abraço para todos e votos de uma Feliz Páscoa.
José Manuel de Carvalho Pereira
Fernando Teixeira Xavier Martins
Gostei. Passei por Nampula variaz vezes no meu tempo da DETA e do Sr. Marques no Hotel. O homem das contas sem maquina.
Parabens, Abc/
JOSE CARLOS ALVES SILVA
ficam as saudades de mais uma linda cidade construída com o suor de muita gente, que tudo perdeu. O que esta linda cidade era antes, e o que deve ser hoje. Foge macaco. Conhecia muito bem Nampula, terra do Carlos Queiróz, e muitos mais. Saudades
LUIS MANUEL ANDRADE RODRIGUES BATALAU
Olá. Esqueci-me de agradecer
ao Autor desta prosa sobre Nampula e ao mesmo tempo agradecer a conversa que já manteve hoje com a minha mulher, Luisa Batalau. Obrigado.
joão santos costa
Olá Luís
Pela tua esposa soube que tens familiares e estudaste no colégio em Mangualde, minha terra Natal. Nasci na clínica da dr. Dino ao lado do antigo cinema. Vê a ironia do destino!
Os meus pais quando vieram de Lourenço Marques foram morar num andar do prédio do meu tio, mesmo em frente à clínica, que na altura já não era!. Foi nessa data que a minha mãe me contou que vim ao mundo naquela clínica.
Obrigado pelo teu comentário.
Um grande abraço, luís.
Armindo Marques Matias
João Santos Costa, obrigado por mais esta crónica bem documentada com as fotos sobreviventes. O filme das que se perderam deixa-nos pena a todos.
Passei por aqui em Fevereiro de 1970, em trânsito para Vila Cabral. O comboio que nos transportou desde Nacala chegou pela primeira vez a Vila Cabral. Antes dessa viagem não passava do Catur. E foi com saudade que recordei o almoço na esplanada contígua à piscina do Ferroviário a apreciar os mergulhos da prancha que é visível nas fotos. Depois de uns dias a ração de combate, no comboio, aquela paragem em Nampula foi como chegar a um oásis.
Do meu arquivo fotográfico consta uma foto tirada neste dia que contrasta com outra tirada dois meses depois, esta a ser retirado de maca, de um helicóptero da força aérea. A minha guerra estava terminada…
Nino ughetto
AAHH sim conheci essa cidade quando estive no seviço militar;; Claro em quatro anos de tropa “obrigatoria” fizeram:me passar por toda Norte de Moç… depois Vila Cabral onde conheci o primeiro e grande amor da minha vida Leonor Gonzaga… Enfim… tudo passou, tudo perdi … A vida é como ela é.. Hoje o qué que existe de Moç ??, Novos nomes novas velhas cidades,,nova gente, e a historia de L.Marques , so nos os Moçambicanos refugiados é que a conhecemos…
amrmir59@gmail.com
Bom dia João! Obrigado, não conhecia fiquei a conhecer, não só pelas lindas fotos que inseriste, mas e principalmente pela descrição que fazes de todos os locais. Parabéns e continua a brindar-nos! Quanto ao relógio guarda pois o valor monetário para nós é sempre menor que o valor sentimental a menos que estejamos com dificuldades monetárias. Eu tenho uma pequena coleção de mais de uma dúzia que usei ao longo dos anos e ainda tenho o que o meu pai me ofereceu tinha eu uns dezanove anitos! Um Certina! Abraço.
Luis 'Manduca' Russell
P.S.: Como sou colecionador de relógios, fui investigar e descobri que existem relógios ‘Big Eye’ dos anos 1960 à venda online e podem chegar aos 20 mil dólares… granda malha!
Luis 'Manduca' Russell
Carissim@s Africano(a)s, como eu,
Este excelente artigo, para além de me dar a conhecer a linda cidade de Nampula (cheguei a ir jogar hóquei a Tete, mas a Nampula nunca fui) dos anos 60 do século passado, deu-me uma excelente lição, que aprendo com humildade:
É que eu pensava que tinha descoberto o melhor e mais seguro comentário que um homem pode fazer a uma senhora nos tempos que correm, ou seja, chamar-lhe ‘feia’ (de uma forma simpática, com todo o respeito e sem ofensa), mesmo que não seja fiel à realidade, dado que todas as mulheres têm o seu valor, a sua dignidade e a sua beleza (sou pai de uma mulher, por isso este tema tem muito significado para mim) – e porque, como dizia Antoine de Saint-Exupéry, «a beleza está nos olhos de quem vê».
Mas, afinal, o João Picado (?) ou o Palma Mira (?), muito mais inteligentes e 60 anos mais avançados do que eu já o sabiam e punham em prática – mesmo se, naqueles tempos, não corressem o risco de levarem com um processo em cima…
Humor (com respeito) à parte, muitos parabéns ao autor pelo excelente artigo – votos de Páscoa Feliz!
joão santos costa
Luís,
A garota do parque, não era nada feia! Era bonita e tinha um corpo que pedia meças à Sofia Loren. Se ela por acaso ler o artigo espero que não leve a mal!
Obrigado pelo teu comentário.
Grande abraço, Luís.
Luis 'Manduca' Russell
Ora nem mais, João, foi o que me pareceu… E pela resposta refinada e acutilante da senhora, nota-se que, adicionalmente, é uma pessoa inteligente e com muita personalidade. O modo como a história está contada faz-lhe essa homenagem – grande abraço e muita saúde!
LUIS BATALAU
NAMPULA, A MINHA TERRA NATAL DESDE 1946, ONDE O MEU AVÔ MATERNO ERA COMANDANTE DA POLÍCIA.. UMA CIDADE MODERNA E BONITA. SOU PORTANTO UM “MACUA”. MUITAS SAUDADES DE MOÇAMBIQUE, QUE TEM PASSADO POR MAUS BOCADOS, NÃO SÓ PELA GUERRLHA A NORTE, MAS TAMBÉM PELOS PÉSSIMOS E CORRUPTOS GOVERNANTES E FAMÍLIA QUE TEM TIDO. AZAR!