UM SIMPLES CARTÃO!
Que nos faz “reviver” a nossa mocidade na antiga LMarques.
Lá Vamos
Cantando e Rindo
Levados, Levados, sim…..”
Colocado pelo António Botelho de Melo no grupo “Naturais de Lourenço Marques”, vi no Facebook o cartão da Mocidade Portuguesa (MP) do Francisco Duque Martinho, que motivou uma série de comentários.
Uns de apoio, outros nem por isso! Decidi, como informação à Esperança Marques, inserir também o meu comentário:
– “Sabes o que te digo Esperança? – Ao contrário de outros, que aqui estão a atacar a MPortuguesa, eu não tive problemas nenhuns. Não me ensinaram a roubar, nem a matar, nem a ser mal-educado com ninguém. Pelo contrário! Fui a acampamentos com outros amigos, todos da MPortuguesa. E Mais! Quando a minha Pátria disse que precisava de mim, ao contrário de outros, não fugi. Tu nem calculas o gozo que me dá ouvir agora muitos a renegarem aquilo que serviram.”
A prática da MP era obrigatória, até aos 14 ou 15 anos. Era aos sábados que, como complemento à escola, fazíamos desses encontros um “ponto de convívio e lazer”. Praticando vela, remo e outras actividades físicas e lúdicas. – E quando necessitávamos recorríamos aos seus préstimos na requisição de tendas e outros equipamentos. – Nas férias era o campismo apoiado, e sob vigilância de monitores militares. – Já a prática dos deveres militares que também faziam parte da organização, eram realizados com pouco empenho, e apareciam sempre em segundo plano!
Em resposta ao meu comentário, o Roger da Costa informou-me: – “João Santos Costa a MP por si, não tinha problema nenhum, mas foi a forma física de representar um regime fascista extremo que nos fez perder a nossa terra e causar sofrimento incalculável a quem teve de abandonar as suas coisas, amigos e tudo que lhe era querido …Leiam e estudem qual era a política colonial liberal antes da instituição do Estado Novo e o que foi depois…”
Diz: “….foi a forma de representar um regime fascista extremo…”.??
Caro Roger. – Com aquela idade nenhum de nós sabia, nem sequer perdia tempo em saber! – O que era isso de fascismo extremo, socialismo, capitalismo ou social-democracia. – E do Comunismo só sabíamos o que ouvíamos aos mais velhos! – Que era um regime “bárbaro e cruel”, que foi introduzido e consolidado à custa de muitas e muitas mortes. – E “muito mau” porque ninguém era dono de nada. O estado é que fazia a repartição por cada um, segundo as suas necessidades! Eram países isolados do mundo, com muros e muralhas, donde ninguém podia entrar nem sair. Por isso eram conhecidos pelos países da “Cortina de Ferro”.
Mas os políticos é que se interessavam por isso!… Nós o que queríamos mesmo, era:
Jogar futebol, hóquei, basquete, praticar atletismo, natação, ir ao Liceu e Escola Comercial ver quais eram as “miúdas” mais bonitas! – E aos domingos eram as matinés, as tardes dançantes e as festas particulares – partys – em que as raparigas levavam os bolos e sandes, e nós as coca-colas e laranjadas. Mas sempre com o “olho no relógio”- os que tinham!- para às 20H30 estar atento à estação B do Rádio Clube a ouvir o programa do David Davies – “LM, hit parade”.
Que me recorde a canção (hit) que ficou mais tempo em 1.º lugar, e que “partia os corações aos namorados”, foi “It´s now or Never” do Elvis Presley. – Vejam o vídeo com tradução.
– Quanto ao “…estudem qual era a política colonial liberal do antes e depois da instituição do Estado Novo…” – Esse estudo está feito, Roger! Basta ler aqui no BigSlam o meu post “Quo Vadis Angola”, para verificar a situação de pós- independência, e que era/é obrigação do novo presidente, João Lourenço, substituir políticos, chefias, altos e médios quadros e acabar ou reduzir no país o poder político/económico da família do anterior chefe de estado. – Esperando os angolanos, para que tudo não fique na mesma, que estas mudanças não sejam só de cadeiras e lugares.
Caro Artur Cravo, porque este seu comentário: – “Nunca vesti uma farda a não ser a militar, a da MP ficaria triste em ver a foto, e a Militar fui obrigado em Boane em 1961. Não somos todos iguais”. – Também motivou o meu. E porque não posso dizer mal do “prato aonde comi”, permita-me que exprima também as minhas diferenças.
– Eu vesti. E não estou nada arrependido! Porque, como sabe, a prática da MP era obrigatória, creio que até aos 15 anos.
– “…Quanto à farda Militar…”: – Como todos, também fui obrigado a servir o meu país. E não rejeitei. Podia até ter “fugido” para a África do Sul, onde tinha amigos, mas não o fiz!
– “..ficaria tiste em ver a foto com a farda da MP…” – Eu também estou triste! Porque como expliquei aqui, no BigSlam, no post – “O filme de um Contentor” – esse, entre outros cartões e fotos, ficaram espalhadas no cais de Maputo, aquando da vistoria ao contentor dos meus pais.
– Quando diz:- “…Não somos todos iguais…” – Graças a Deus! Porque isso evita que o “mundo tombe só para um lado”…. – Uns equilibram os outros!
A todos muito boas festas,
e um 2018 com muita saúde.
Para nós, com o BigSlam, o mundo já é pequeno!
João Santos Costa – Dezembro de 2017
2 Comentários
José Viegas
Nem mais nem menos!!
Gostei imenso. Obrigado.
José Viegas
João SCosta.
Obrigado, pelo teu comentário, Zé Viegas. Um bom 2018. Um grande abraço.