Todos, todos, todos!
Em harmonia celestial com a utopia existencial, paz e amor, em desportivo espírito fraterno de união e paixão clubística, num pronúncio intemporal como na canção de Alcione, …“eu vou ficar, no meio do Povo, espiando, minha escola [clube] perdendo ao ganhando, mais um carnaval [campeonato], …”(1)
Porque o sonho continua, há que apregoar, atender e entender ao pensamento demais do homem bom (Jorge Mário Bergoglio, 1936-2025, padre, bispo e papa), que veio do fim do Mundo para nos alegrar e incentivar com as palavras simples, estimulantes, fortes e tocantes: …“A paz requer a capacidade de perdoar e amar. Perdoar não significa esquecer, mas renunciar à força destrutiva do mal e da vingança!” …
…”A paz é artesanal, constrói-se todos os dias. Também a amizade entre as pessoas, o conhecimento mútuo e a estima são artesanais, constroem-se todos os dias! O respeito pelo outro, dizer o que pensa (mas com respeito), caminhar juntos! …”
…”A vida é boa quando você está feliz! Mas a vida é muito melhor ainda, quando os outros estão felizes por sua causa!” …(2)
Abismado, atento e atónico aos tempos últimos, próximos e distantes, que se cruzam em latitudes e atitudes, as palavras sábias e papais não conseguiram (ainda) expulsar o mal, a vingança, a sobreposição, a aceitação, o ódio, entre pares, cores, crenças, religiões, filosofias, políticas, géneros, doutrinas e deuses!
E no desporto, escola de virtudes, do saudável e prático, do trabalho digno e meritório, da gratidão e do espanto, os propósitos antissociais, irreais e guerrilheiros veem imposto a sua forma e conteúdo, acompanhando os poderosos superficiais, lunáticos e elétricos, com horizontes de umbigos, garimpeiros do egoísmo e pasmo de narcisos!
Porque a ética e os valores contam, fazendo toda a diferença (não, não, não – “são uma treta!”, como despojou, engasgando-se o Jesus, não o da cruz, mas o nosso triunfante JJ, de Portugal, Arábia e Brasil), é preciso acreditar, dar esperança, voltar aos mandamentos da Carta Olímpica (apoiar a ética no desporto, encorajar a participação desportiva, …).
Proclamar e incentivar, assente no pilar da humildade, com respeito pelo próximo, convém inspirar (“todos, todos, todos!”), a cordialidade e humildade na vitória, em contraste com o real, afirmativo e distinto desportivismo na hora da derrota, porque no fim vai sobrar apenas um (campeão).
O dia advinha-se esplêndido, como se escreve nos romances, sol a rodos e a luz líquida da primavera, como se iluminam os versos de amor e esperança, dia de jogo, jogo entre grandes, acreditando que estejam “todos, todos, todos”, em grande!
Muitos afluentes e influentes vão convergir na Luz (que é Estádio), de fora há nervos mil, avaliam-se as exibições, justificam-se as derrotas, glorificam-se as vitórias, atenuam-se as expulsões, discutem-se as arbitragens, apaziguam-se as lesões, escrutina-se a forma, alvitram-se os onzes, fazem-se as contas (com prova, _”A prova!? A prova faz-se aqui ao lado!”, como também representou António Silva, 1886-1971, actor português, no famoso filme “A Canção de Lisboa”, de José Cottinelli Telmo de 1933, o tal da reprimenda à criança pela avó, _“Oh avó aquele boneco bateu-me! _Está quietinho Policarpo e não faças maldades!”).
Segundo o jornalista Diogo Pombo (Expresso, 9 de Maio de 2025), “As contas imediatas são simples:
• Ganhando, o Sporting CP é campeão (bicampeão);
• Se vencer por dois golos de diferença, o SL Benfica é campeão!
Nunca dois rivais deste calibre puderam ser coroados no mesmo jogo! É feito inóspito um dos três ditos grandes, sagrar-se campeão nacional no estádio do outro. Desde 1934, só aconteceu uma dúzia de vezes (12 ocasiões).
_Agora, o futebol!”
O futebol digo eu (a ver vamos se há televisão disponível em Lavos, na margem sul do Mondego, o tal “que corre de mansinho”), que ganhe o melhor (e que o melhor seja a urbanidade, o respeito e a educação, sem intervenção de polícia, bombeiros ou INEM, e ou o emergir de outras chagas de carácter e crítica social).
Mas voltemos ao poder das palavras, pontes que nos conectam, simples e poderosas, criativas e sociais, harmoniosas e fantasmagóricas, numa pena intemporal que liga tudo com todos, e cativa a abertura de portas com urgência ou tão somente “Urgentemente”:
É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.”(3)
Apelo, é urgente (…, acabarem as guerras!) Urgente! Urgente!
1 – “Não Deixe o Samba Morrer” de Alcione [21/11/1947], cantora e compositora brasileira;
2 – Encíclica “Fratelli Tutti” pelo Papa Francisco (13/3/2013 a 21/4/2025), 266º Papa, Bispo de Roma e Soberano da Cidade do Vaticano;
3 “Urgentemente”, poema de Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontaínhas, 1923-2005, escritor e poeta português;
4 Manuel Maria Barbosa L’Hedois du Bocage, 1765-1805, poeta, possivelmente o maior representante do arcadismo lusitano;
Aos beijos e abraços com sorrisos, Paulo JF Craveiro [o Bispo de Lavos], V/”Devoto Incensador de Mil Deidades”(4)
Figueira da Foz, 10 de Maio de 2025
4 Comentários
Dave Adkins
Samuel – gostaria de compartir a foto de Derby in Lisboa.. para amigos aqui com interés nos esportes internacional,
inclusivo Coach N. Nurse quem tem entusiasmo para esportes além da NBA e bb.. N sabe do meu vincúlo con Portugal e esportes portugueses.
Sigo leyendo BS e dos viajes extraordinarios alrededor do mundo.
Obrigado Samuel.
Dave Adkins
2luisbatalau@gmail.com
PARABÉNS E FELICIDADES
Samuel Carvalho
Uma análise lúcida e serena daquilo que um dérbi da capital — Benfica vs Sporting — deveria representar: rivalidade com respeito, futebol com paixão e espetáculo com alma.
Moisés Santos Gil
Que bela e profunda análise aqui espelhada pelo autor deste belo trecho ! A vida é convivência entre todos, todos e todos, deviam seguir esta dinâmica! Os homens ( no sentido lato) viveriam mais felizes dando amor e respeitando-se mutuamente. todos iguais mas diferentes ! Vamos refletir com o novo Papa Leão XIV.