JOÃO, UM MENINO QUE JOGOU O PIÃO DA VIDA COM AS LETRAS DO ABECEDÁRIO!
“La vida es una tombola,tombola” y todos en la tómbola tom tom tómbola encuentran un amor” (Letra de uma canção de Jhonny Laboriel”, popularizada por Marisol).
João de Sousa encontrou esse amor eterno no jornalismo que não era pessoa para deixar o seu destino rolar na tômbola de azar ou de sorte de um destino, por vezes, traiçoeiro jogando o rodopiar do final da vida nestes dia sombrios outonais portugueses e soalheiros em terras do Índico , que terminou, mas julgo que nem ser para sempre onde a sua alma religiosa continuará a jogar o pião de menino nos jardins do éden sob o olhar terno de Deus que tanto venerou em vida.
Não sei se por coincidência ou não de ter lido os textos que João de Sousa impressos em recordação de pessoas que deles entendia merecedores, no meu caso de um valor modesto , quando, anos atrás, então eu docente da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física das margens do Mondego, ontem seco como os gomos de uma laranja chupada até mais não ficando só com a pele , hoje um verdadeiro espelho de água em que se reflecte a sombra da sua Velha Torre, num por de sol levado a efeito nos jardins do Hotel Cardoso, fui abordado por um dos presentes dizendo-me que o então ministro do Desporto, Doutor Joel Libombo, se iria deslocar à mesa onde eu estava com colegas de Coimbra para me cumprimentar. Ao perguntar-lhe se tinha sido meu aluno disse-me que não, mas que tinha ouvido falar muito de mim. Daqui a dúvida, até por não me conseguir situar no tempo, se este governante teria lido o texto de João de Sousa a meu respeito.
Passando à frente, ontem, aqui, no “BigSlam”, deparei-me com um vasto apanhado das cerimónias fúnebres que se vão realizar em sua homenagem em Maputo – esta questão dos fusos horários deixam-me baralhado – ou já terminaram- , em que entre outras aparece uma “Homenagem do Governo” com três pontos de interrogação de dúvida sobre a suar efectivação ou não!
Anteontem, num meu texto, titulado “Em memória de João de Sousa”, escrevi : “Em prova de gratidão teria gostado (na hora em que escrevo este meu muito sentido texto, não sei se aconteceu ou não) que a Embaixada Portuguesa desta sua terra que amou e respeitou em vida se tivesse feito representar no seu funeral”. Hoje terei a confirmação se este meu apelo foi ouvido ou não pela entidade a quem o enderecei.
Representam as embaixadas dos países em que vivem cidadão seus interesses legítimos dos seus nacionais. Um desses interesses teria sido ou seria, indubitavelmente, fazer-se representar na Cerimónia Fúnebre de João de Sousa, cidadão exemplar sem cara de “feijão frade” (expressão portuguesa que identifica os indivíduos que mudam de opinião consoante o vento de interesses ocasionais) que, em horas difíceis de antes pós descolonização de Moçambique, soube estar sempre presente como os braços amigos de uma balança ao serviço dos moçambicanos e dos portugueses aí radicados que fizeram de Moçambique uma segunda pátria. É só esperar para saber!
4 Comentários
Rui Baptista
A minha declarada iliteracia informática a fazer das suas por eu ter publicado em duplicado o meu comentário anterior. Os meus comentários anteriores em duplicado foram escritos por escrito por ter uma breve (ou mesmo errada) ideia de que João de Sousa tinha publicado há anos um post referindo-se a seu Pai, de quem fui amigo. Fui verificar e confirmei que tinha razão. Assim, em 23.03.2018, assim aconteceu, comprovando-me que João de Sousa tinha um coração enorme em que guardava e registava a lembrança de pessoas que mereciam a sua amizade registada pela sua pena prodigiosa de quem “manipulava” o abecedário da Língua de que Camões se fez o obreiro da nossa genial epopeia “por mares nunca dantes navegados”. Outro abraço.
ABM
Olá Professor
Não percebi.
Porque é que a República portuguesa haveria de prestar homenagem fúnebre pública ao João de Sousa?
Abraço.
Rui Baptista
Ao que julgo saber João de Sousa foi um indivíduo equilibrado no seu relacionamento com os cidadãos portugueses que permaneceram em Moçambique depois da sua Independência. Mas meu estimado Botelho de Melo admito ser este um assunto controverso. Já a certeza em contrário, encontro-a na forma como um dos advogados, se me recordo de apelido Raposo Pereira, parido em Portugal continental, tratou os portugueses no conturbado período de transição para a entrega da bandeira verde-rubra ao governo de Moçambique. Conto-lhe um caso por mim vivido em que para trazer uma aparelhagem de som “dernier cri” estava decidido a fazer uma exposição nesse sentido a Vitor Crespo (Copos) , tendo sido aconselhado a endereçá-la, por um coronel do exército português meu amigo, a Chissano porque Vitor Crespo indeferia todas essas petições. Assim o fiz e o meu pedido foi deferido. Sabe tão bem como eu que este é um assunto polémico que me levou a dirigir-me à nossa Embaixada em Moçambique, para estar representada nestas exéquias em representação dos portugueses que aí labutam. Estarei equivocado por ter agido mais com o coração e menos com a razão? Este um assunto em aberto para ser discutido sem tabus. Um abraço.
Rui Baptista
Seria possível informarem-me se a Embaixada de Portugal e o Governo moçambicano se fizerem representar nas cerimónias fúnebres de João de Sousa? Antecipadamente grato, Rui Baptista