TELEFONIA MÓVEL
Em 2010, em pleno campeonato do mundo de futebol que teve como palco a África do Sul, tive de vir às pressas para Maputo, para fazer o registo do meu celular. As manifestações populares daquela altura levaram as nossas autoridades a exigir o registo. É normal que assim aconteça. Trata-se duma questão de segurança e de combate ao crime.
Enfrentei na altura filas enormes. Confrontei-me com muita desorganização. Esperei horas a fio para poder ser atendido. Mas acabei por registar o meu celular. E como eu, tantos outros.
Volvidos 5 anos constata-se que o processo de registo dos telemóveis não está terminado. E então decide-se (isto já em 2015) por conceder mais 60 dias para a finalização dessa operação. Caso os celulares não fossem registados em 60 dias as operadoras sofreriam as consequências.
O que não se conseguiu fazer em quatro anos, ninguém sabe porquê, já que não houve explicação plausível para o incumprimento duma decisão, devia ser feito em 2 meses.
Os tais 2 meses já se passaram. Nada feito. Agora surge uma nova meta: 90 dias. A decisão foi anunciada pelo próprio Ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, depois de ter visitado duas das nossas operadoras de telefonia móvel.
Se não registarmos os nossos telemóveis até Janeiro de 2016 estamos sujeitos a que os nossos aparelhos sejam bloqueados. A decisão surge numa altura em que se intensificam os sequestros, cujos valores de resgate são exigidos às famílias das vítimas através de chamadas telefónicas, muitas vezes feitas por via de números anónimos.
Independentemente dos solavancos do processo, aprovo a ideia, que peca por ser tardia. Só espero que esta questão do registo de celulares não vire novela.
João de Sousa – 14.10.2015