Noite de festa… em Maputo!!!
Por Fernando Lima
Fernando Lima
Artigo escrito pelo Jornalista Fernando Lima, do semanário “Savana”, e relacionado com a minha ultima visita a Moçambique em 2005!
Na foto: Alguns dos convivas presentes no jantar de confraternização e homenagem a Samuel Carvalho (Diogo Vaz, Guida Vaz, João Vaz, Soraia Carvalho, Lara Narcy, Fernando Lima, Geraldo Murta, João Sousa, Nuno Narcy, João Domingos, Suzete Braga, Clarisse Barbosa, Albertina Nicolau, Manuela Murta, Eduarda Timane, Manuel Braga, António Azevedo, Carlos Lima “Xixa”, Olivia Garrido “Nucha”, Paola Rolleta, Kakoo, Isaac Narcy, Belmiro Simango, Eduardo Costa)
Hoje aqui em Moçambique é feriado.
Apesar da economia de mercado, os trabalhadores ainda vão tendo algumas regalias. Como o 1º. de Maio calhou num domingo, os direitos do feriado passaram para o dia seguinte.
Mas adiante. Prometi umas notas ao João de Sousa da homenagem ao Samuel de Carvalho, mas não o consegui fazer na madrugada de sábado, depois de uma noitada no Mambo´s, um espaço cultural na baixa da cidade, próximo da Casa Elefante e da mesquita, junto ao bazar municipal.
Do jantar, também não tenho “visão global” porque cheguei no fim depois de ter estado a moderar um debate com a sra. Maria Moreno, a líder da bancada da oposição aqui. Um debate que ocorreu no ISPU, uma instituição universitária privada que este ano tem a melhor equipa de basquetebol feminino da cidade.
O jantar para o Samuel, ocorreu no espaço da Associação de Amizade Portugal-Moçambique, onde o hoquista Miguel Roussou explora o restaurante.
Fica da Av. Freidrich Engels (ex- Av. Duques de Cognaugt) mais próximo do jardim Paraíso (ou dos Namorados), que do Miradouro.
À entrada dei-me de caras com o Kakoo Kakobai que não via há mais de 30 anos. O Kakoo era um “languana” do Ferroviário com camisola 4, quiçá o mais perdulário dos “pivots” que tenho memória. O Kakoo vive agora na Nova Zelândia e tem uma “machamba” de antílopes. Nas suas próprias palavras, exporta os chifres (a parte mais valiosa) para a China onde são utilizados como estimulantes sexuais. A carne vai para os Estados Unidos. Veio a Moçambique por motivos familiares. Ainda tem uma machamba no Jafar, junto a Marracuane.
Kakoobhai Odabai “Kakoo”
Em frente estava o Eduardo Costa (que não conhecia) e que foi jogador de minibasquete da terrível equipa da Solgal (lembram-se do Parshotam?) e depois do Ferroviário. É agora conhecido por fazer o melhor leitão da cidade, diz o fotógrafo Kok Nam (também director do semanário SAVANA) que é um “às” no “porco laqueado” chinês. Chamam-lhe o “Rui dos Leitões”, provavelmente por decalque daquele famoso espaço na Mealhada que leva o nome de Pedro, onde o Pinto da Costa e o José Mourinho selaram a aliança mais mortífera do futebol português dos últimos anos.
Eduardo Costa
Do meu lado da mesa, as operações eram “comandadas” por Isaac Narcy com balde de gelo e “rótulo preto” à frente e Belmiro Simango (que só bebe coca-cola).
Kakoo, Isaac Narcy, Samuel, Belmiro Simango e Eduardo Costa
Estavam o Nuno Narcy, António Azevedo, João de Sousa, João Domingues, o Carlos Lima “Xixa”, o João Vaz…
…Geraldo Murta, um “poste” molengão do Benfica, na famosa equipa do “Bebé” Nogueira, uma aquisição última da J. Serrão vinda da Zambézia.
Geraldo Murta, Samuel, João de Sousa, Nuno Narcy e João Domingues
João Domingues, Manuel Braga, Samuel, António Azevedo e Carlos Lima “Xixa”
Na parte feminina estava a Tina Nicolau antiga jogadora do Ferroviário, a Nucha Garrido, que me lembra aquela famosa equipa com a Amália Arruda e a Chiu Saw Hung (minha colega na Escola Comercial). Estava a Manuela Murta, uma “estrela” do depois da independência com Ilundi Santos, Afra Ndeve, Esperança Sambo e Aurélia Manave que, tal como Esperança, foi considerada a melhor basquetista africana. O seu irmão Aníbal Manave (hoje engenheiro dos CFM e presidente da federação de basquetebol) foi uma das estrelas da J. Serrão, da geração do Rui Miranda e do Carlos Lisboa.
Albertina Nicolau, Samuel, Manuela Murta e Eduarda Timane
Estava a Clarisse Barbosa, anfitriã do Samuel e esposa do Rui Tadeu, um dos crânios do desporto local, a Eduarda Timane (outra colega de escola) filha do Manuel Jorge e prima do Samuel, um dos antigos motores da federação moçambicana de futebol.
Suzete Braga, Samuel e Clarisse Barbosa
Esteve a Paola Rolleta, desconhecida dos basquetes (disse que fez na escola por ser muito alta), antiga jornalista da RTP em Roma e agora a viver em Maputo.
Olívia Garrido “Nucha”, Paola Rolleta, Samuel e Eduarda Timane
Havia outros, mas desculpas minhas, não os conheço, cheguei no fim e não deu para travar de razões. Mas pela dimensão da conta dá para ver quantos eram. Foram 8 milhões e coube de “dolorosa” 400 meticais a cada um (cerca de 17 euros). Já me esquecia da Soraya, a filha do Samuel, uma menina linda cuja profissão deve ser sorrir.
Soraia Carvalho e a prima Lara Narcy
O Samuel fez discurso, distribuiu camisetes com o sol da Figueira da Foz, porta-chaves e lapiseiras.
Este senhor, como comunicador está um espanto. Eu que o conheço de miúdo, não podia imaginar. O “reguila” da família era o David. O “Samu” era mais estilo do Paulo de Carvalho. Reservado, tímido, pedindo licença a uma palavra para dizer a seguinte.
Está mudado a 180 graus. Até lhe perguntei se trabalhava nalguma rádio local. Porque perfil de informático, cobrador de impostos não dá necessariamente o comunicador de mão cheia que ele é. Com aquela modéstia que sempre foi o seu estilo, disse que foi do basquete. Das entrevistas que tinha de dar todas as semanas, da experiência de treinador.
Acabámos no “Mambo´s”,
onde cantava uma angolana, a Yola Araújo. Para essa parte não fiquei.
Mas ainda deu para ver o Samuel e a Soraya a dançarem ao som do “Mafiki Zolo” (tradução, os últimos a chegar), uma banda sul-africana muito popular em Maputo, sons que se sugerem para o “B.leza”, o “Enclave” e o “Mussulo” em Lisboa. Desculpem não conheço os sítios “in” da Figueira, à excepção de um fantástico restaurante de praia (com direito a estrelas do michelin) que é óptimo nos peixes e mariscos. Eu fui dormir.
O Samuel, os Murtas, a Clarisse, a Ana, a Tina continuaram a curtir a noite de Maputo…
A lua estava linda.
(Fernando Lima – 02.05.2005)