Homenagem e gratidão ao desportista e jornalista Manuel Botelho de Melo
Por Nelson Silva
Conheci Manuel Botelho de Melo como técnico de futebol e jornalista desportivo por volta dos 8 anos. Nadava com os filhos no Desportivo LM (GDLM) e via-o, na bancada sentado e na conversa ou a jogar ténis com o meu e outros pais de Colegas de modalidade, comos os Srs. Bragança, Abreu, Barros, Oliveira, Carvalho, Ribeiro, Gouveia, Vieira, Cerqueira e Campos, bem como outros, que agora – sem desculpa – não recordo.
Cresci e, depois de um estágio n”O Jornal” de João Reis e José Craveirinha, o Sr. Botelho de Melo, convidou-me para preencher uma vaga na secção desportiva de “A Tribuna”, convite esse confirmado pelo respectivo chefe, Alfredo Maria Freire, outro vulto enorme do futebol e do jornalismo desportivo.
Botelho de Melo era um ano mais novo que o meu Pai e até tinha filhos mais velhos que eu – nessa altura disse-me para largar o Senhor – mas gostava de trocar impressões comigo sobre assuntos desportivos, tinha eu, então, 18 anos. Conjuntamente com o meu Pai, com os jornalistas Tavares de Almeida, Maurício Costa, Fernando Octávio de Carvalho, com os meus tios Eugénio Cortez, Zeca Silva e António Sereno, com o médico da família Dr. Francisco David Ferreira, era também Manuel Botelho de Melo das pessoas – todas elas na faixa etária do meu Pai – com quem mais gostava de conversar em diversas matérias, pelas sábias opiniões que comigo queriam partilhar.
Como técnico de futebol, conheço-lhe os títulos, mas não estou habilitado para a avaliação dos méritos que, evidentemente tinha.
Como jornalista desportivo, recordo-lhe o trespassar para a escrita a linguagem oral, que obrigava a profundo conhecimento da pontuação e que dava um inigualável prazer de leitura dos seus textos, pela imaginação do sotaque açoriano neles contidos e que Botelho de Melo nunca perdeu.
Hoje, data em que, se estivesse vivo, se assinalaria o seu 90º aniversário, quero deixar um abraço a cada filho e um beijo a cada filha, agradecendo à Manuela – a nossa Lélé – a lembrança de me enviar, há dias, uma foto do Pai Melo, comigo num jantar de pessoas associadas ao desporto, no ano de 1972, que se encontra no início desta simples homenagem.
Já agora, caros Mélinhos, parabéns pelos pais que tiveram.