“Quem nasceu em Moçambique tem forçosamente uma postura diferente!”
Yolanda Maria do Carmo Lobo
Yolanda, antiga manequim que nos anos 80 conquistou Portugal…
Até aos 18 anos viveu em Moçambique mudando-se depois para Lisboa…
Nasci num continente único, onde as crianças crescem felizes, descalças, brincam de sol a sol, são filhas da natureza e criam raízes que se agarram à terra como as lapas a uma rocha… Quem nasceu em Moçambique ou em qualquer outro ponto de África tem, forçosamente, uma postura na vida diferente pois que a magia desse continente perpétua em nós, dentro da pele e do coração para sempre!
Vivi sempre na Beira, junto ao mar, de frente para um mato imenso onde o som dos batuques me entrava pelo quarto ao entardecer e a luz do farol, em passagens ritmadas me varria a janela todas as noites. Foram 18 anos a ser iluminada pelo Farol do Macúti enquanto dormia, a ouvir estes sons étnicos e fortes, a sentir os cheiros poderosos daquele pedaço lindo de terra…
Do meu país conheci pouco. Porque sempre achei que teria o resto da minha vida para o fazer. Nunca me imaginei a viver fora de África. E nunca imaginei que sairia para não mais voltar… Mesmo assim, visitei muitas das cidades de Moçambique, da África do Sul e da Rodésia com os meus pais, pensando que mais tarde, na idade adulta, voltaria àqueles locais amiúde e com os amigos de sempre. Mas a vida trocou-me as voltas e esse plano ficou… adiado.
Fale-nos um pouco da sua infância.
Tive uma infância muito, muito feliz! Muito cheia de aventuras, de ar livre, de partilha com os outros. Em Moçambique vivia-se assim: com os outros e para os outros. E sempre fora de casa. O clima proporciona e o espírito também. Nasci em 56, altura em que a televisão não existia e os momentos de lazer eram vividos na rua inventando brincadeiras e se usava a praia e o desporto como uma segunda escola. Tão depressa estava no topo de uma árvore a roer uma goiaba enquanto lia um livro de aventuras ou fazia os trabalhos de casa, como brincava aos índios e cowboys, jogava aos “queimados” com os amigos do “muro” (local de encontro ao final do dia), ou corria para os encontros dos escoteiros, para as aulas de patinagem, para a classe especial de ginástica rítmica, para as aulas de vela ou subia a Torre da Igreja do Macúti para diariamente tocar o sino e as badaladas que marcavam as 18h…
Vivia intensamente e feliz com um grupo de amigos que inventava brincadeiras loucas e divertidas, cheias de adrenalina e risos constantes. E á noite “desmaiava” na cama, morta de cansaço, pronta para me levantar às 5h30m e preparar-me para um percurso de mota até ao liceu, sempre junto ao mar. Das 07h até à hora do almoço era a parte séria que intervalava com novas brincadeiras: tínhamos um avanço realmente grande em relação a Portugal. A Coca-cola e a Fanta proporcionava-nos concursos de ioiô no recreio, as motinhas Peugeot eram às dezenas, todas alinhadas e prontas a levar-nos dali para fora mal a campainha tocasse. A forma de vivermos era aberta, sem preconceitos ou tabus. Vivíamos e pronto!
O futuro? Era certo e muito objetivo: cirurgia-geral! Não tinha dúvidas. Vocação, ambição, vontade e, ainda por cima, boas médias. Aluna do Quadro de Honra. Mas a saúde pregou-me a partida e fiquei de cama dois anos inteiros com outros 5 de recuperação… Planos adiados ou mesmo alterados. Mas fica para a próxima reencarnação, garanto-vos!
Quais são as recordações mais “saborosas” que tem de Moçambique?
Há imagens, cheiros e sons que estão na minha memória e no meu coração para sempre. O cheiro da terra molhada, o barulho dos trovões, a imagem de uma tempestade (praga) de gafanhotos ou dos ciclones, o sabor do caju fresco e das papaias, o calor nos pés do alcatrão a ferver, o som da chuva e o fumo que saía do chão quando ela chegava…
E depois outras coisas tão boas… os mimos da minha mãe, o som da sua máquina de costura, o cheiro dos seus cozinhados, as gargalhadas do meu pai, o meu cão que me seguia o dia todo… As bicicletas ao monte no tal “muro” do final do dia. Os passeios a medo pelo mato, as brincadeiras à chuva com a lama tão macia (matope) a enterrar-nos… As brincadeiras com os meus irmãos, as missas cantadas, os ensaios do coro à noite… Os acampamentos selvagens na mata da Penhalonga, as horas infinitas no ginásio para preparar os saraus, os meus professores, a sua solidariedade e ajuda e a dos amigos e da cidade toda quando adoeci e quase morri…
Sobrava tempo para tudo.
Sobravam horas para gastarmos como quiséssemos.
Que é feito dessas horas? Onde andam elas agora que tanta falta me fazem?
Percurso Profissional de Yolanda Maria do Carmo Lobo
60 anos, natural da Beira, Moçambique.
Aos 60 anos é das mulheres mais elegantes de Portugal
Profissionalmente começa, com 20 anos, no Gabinete do Primeiro-Ministro e do Conselho de Ministros onde se manteve até 1980. Nessa altura, decide aproveitar as solicitações na área da moda. Passa da fotografia e publicidade para a passerelle. Os contratos surgem de todo o país e da Europa, designadamente de Paris. Foi o primeiro manequim português a trabalhar fora do país.
O sucesso conseguido permitiu-lhe uma maior aposta nesta área e decide registar o nome Yolanda e utilizá-lo, a partir daí, em tudo o que faz e coordena.
Com quatro anos de forte presença nas passerelles, resolve percorrer tudo o que dissesse respeito ao mundo da moda: representa coleções, inicia-se no design de moda para uma marca Internacional, monta e coreografa espetáculos e desfiles, organizando-os na sua totalidade.
Durante sete anos foi responsável pelo espetáculo Miss Portugal no Casino Estoril. Coordenou e deu formação a todas as candidatas, coreografando e concebendo os espetáculos transmitidos em direto por televisão.
A convite de “La Chemise Lacoste”, em Paris, tornou-se, também, coreógrafa desta marca, organizando e concebendo os desfiles por toda a Europa, partindo sempre de Paris para a Suíça, Suécia, Itália, Luxemburgo, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Alemanha e Noruega, países onde a marca está implantada por diversas cidades.
Em simultâneo, integra e coordena programas de televisão em Portugal, criando e apresentando a sua própria rubrica de moda. Abraça, em simultâneo, o projeto de escrever uma página semanal na revista do “O Jornal”, onde aborda os assuntos do quotidiano, opinando e sugerindo.
Foi por esta altura que se responsabilizou pelo espaço de maior prestígio de Alta-Costura em Portugal, na Av. da República, a “Carmen Modas”, onde desenha, produz e vende as suas próprias criações. A vertente principal deste atelier teve a ver com noivas e acompanhantes, ao mesmo tempo que desenvolve uma linha de vestidos de noite e pronto-a-vestir topo de gama.
Mais tarde, inaugura o espaço Yolanda, em Lisboa, no Restelo, com tudo o que se relacionava com a mulher – ginásio, cabeleireiro, gabinete de estética, sauna, hidromassagem e cria, ainda, uma Escola de Formação de Manequins e Modelos Fotográficos bem como de Imagem e Valorização individual para a generalidade das pessoas.
Depois de uma pausa, altura em que nasceram os seus dois filhos, decide virar-se para o Marketing, Comunicação e Imagem Empresariais. Afinal, com quase 20 anos de carreira em torno da Criatividade, Comunicação e Imagem, faltava apenas culminar todos estes projetos com este último – o de abarcar toda a experiência adquirida ao longo dos anos e, juntando esforços e uma boa equipa, passar estes conhecimentos, de forma profissional, a outrem. É assim que, com uma equipa de jornalistas, produtores, criativos e especialistas em marketing, nasceu, em 1996, a Yolanda – produtores associados (depois yprod, integrada no Grupoypsilon).
No âmbito da Imagem de Empresas, foi convidada a conceber diversos fardamentos, de entre os quais se distinguem os do Hotel Cidadela, em Cascais, das Linhas Aéreas Regionais (LAR), do Montepio Geral para os eventos especiais, de tripulações de jatos privados, de Hospedeiras de Feiras e Congressos, da Jasmim Glass Studio e de várias outras empresas e instituições, criando, também, os seus novos logótipos e fardamentos específicos.
Entretanto, torna-se responsável pela Imagem de outras empresas onde passa a criar linhas de produtos assinadas por si.
Foi convidada pela Central Models para integrar o “Central Special” e, através desta agência, selecionada, ao participar num casting internacional, para ser o Rosto e Imagem da POND’s, em Espanha. O seu rosto ficou associado a este produto num filme publicitário rodado em Lisboa, com atores ingleses, feito unicamente para a televisão espanhola. Foi convidada a fazer, também, o suporte fotográfico para toda a publicidade a distribuir em revistas espanholas. Este trabalho foi feito em Madrid, com uma equipa internacional de cinema.
Por ter seguido, desde sempre, um percurso criativo, surgiu a oportunidade de continuar a desenhar peças de decoração, fossem elas objetos ou mobiliário, fazendo com que, naturalmente, acontecessem os convites para a conceção e criação de Ambientes de Interior. Assim, acabou por conceber a decoração de hotéis, lojas, casas particulares e empresas. Aumenta a sua equipa e cria uma marca, a Noir et Chocolat, com atelier próprio na Linha de Cascais e um conceito inovador no que diz respeito ao Design de Ambientes. Concebe linhas especiais de mobiliário em séries limitadas, numeradas e assinadas, de peças inovadoras e com design.
Em Janeiro de 2011 foi convidada, pelo Grupo Visabeira, a colaborar com a Vista Alegre Atlantis, dando o seu contributo como Assessora de Imagem global das marcas Vista Alegre, Atlantis, e Bordallo Pinheiro. As 30 lojas do país e de Espanha, são objeto da sua intervenção, no que diz respeito à exposição de produtos (novas técnicas e tendências), criação e concepção de todas as montras, formação e orientação das gerentes e lojistas para o atendimento e visual merchandising, fardamentos, embalagens e novos produtos a serem concebidos nas respetivas fábricas.
Em Março de 2012 deram-lhe a liderar o projeto Casa Alegre, criado dentro do Grupo Visabeira, um conceito jovem, virado para as famílias modernas, onde o prazer de receber é valorizado ao detalhe: serviços de mesa, têxteis e todos os complementos perfeitamente conjugáveis, divididos em quatro diferentes estilos. Aceita este último desafio mas contínua, como sempre, a conciliar esta colaboração com a sua principal atividade, a Arquitetura e Decoração de Interiores, tento unido o seu atelier a JoãoSalvador Arquitetos, desenvolvendo, de forma significativa, mais trabalho fora de Portugal. E assim, a Noir et Chocolat muda de denominação e passa a chamar-se Salvador & Lobo.
Em conjunto, passam a desenvolver vários projetos – hotéis, centros de estética, restaurantes, lojas, discotecas, casas particulares, resorts e até parques temáticos, onde fazem questão de incluir peças únicas, desenhadas por ambos.
Estes são, em traços largos, alguns dos passos mais relevantes do seu percurso profissional.
Fonte: http://retratoscontados.pt/
67 Comentários
Zé Carlos
Apesar deste artigo já ter cerca de sete anos, não queria deixar de salientar que sinto não ser espantoso encontrar alguns comentários negativos em relação à Yolanda.
Na minha experiência pessoal, não é a primeira vez que encontro pessoas que confundem a elegância, assertividade e ambição de singrar na vida, com a vaidade, peneiras e a ganância.
Por vezes pode até não ser puramente a inveja que cega o nosso raciocinio, mas simplesmente o facto de sentirmos o porquê de ele ou ela terem mais sorte que eu… O famoso golfista Gary Player, também conhecido como o ‘Black Knight’, quando lhe perguntavam em entrevistas qual o segredo da sua sorte e sucesso, ele sempre respondia; “my luck and success is the result of 90% perspiration and 10% inspiration”
e de facto, a nossa sorte e sucesso é dependente de cada um saber trabalhar para isso.
A diferença está no como fomos criados, os nossos pais e as pessoas com quem convivemos e crescemos, ajudam a formar a maneira como pensamos e agimos nas nossas interações com todos e tudo o que nos rodeia e quanto vamos aprendendo progressivamente p’la vida fora.
Nesse aspecto em Moçambique, e observo em particular o caso de Moçambique porque lá nasci e vivi até finais de ’76, apesar de tudo que havia de errado com os problemas politico-sociais, antes e depois da independência, existia um ambiente mais relaxado nos relacionamentos inter sociais e culturais, do que fui encontrar em Portugal.
Na década de setenta no ultramar, com o rápido progresso económico que se alastrava a passos largos, as atitudes sobre tabus sociais e culturais-raciais, iam gradualmente dissolvendo com a integração e o progresso infrastrutural e a urbanização.
No entanto, também devo dizer que ao chegar a Portugal, vivi na região da Beira Alta e depois na Beira Litoral, e na vasta maioria dos casos, os familiares e conterrânios continentais receberam-me bem. As execpções eram raras e invariávelmente derivadas de convicções politicas. Em ’82 fui para o estrangeiro onde actualmente continuo a viver, mas visito Portugal regularmente. Nesse tempo, além de trabalhar em vários países e visitar mais de 50… No geral seja onde fôr que trabalhe ou visite Mundo fora, tenho encontrado muito boa gente, mas também de vez em quando acontrcem desapontamentos, ao mesmo tempo também admito que tenho consiência de não ser perfeito e tento ir aprendendo alguma coisa todos os dias.
Quanto à Yolanda, sei que a ‘sorte’ do teu sucesso é o resultado de 90% prespiração e 10% inspiração, aliadas a uma personalidade moldada no ar Africano.
Parabéns e continuação do teu sucesso.
Carlos Saraiva
Que triste comentário de quem nunca soube, enquanto criança, o que é felicidade, mas em MOÇAMBIQUE, não eram todos ricos, munetáriamente falando, mas eramos muito ricos de espírito e daí a nossa felicidade e por isso hoje, o nosso saudusismo, cumprimentos de um Moçambicano
Fernando Simoes
Esta e Uma das muitas historias de sucesso das inumeras personagens que se educaram, trabalharam e viveram em Mocambique…terra Unica com um horizonte que se nos ofericia ao desafio do sucesso,..e curioso que as pessoas mantem as carateristicas e modo de relacionamento como nos velhos tempos…esta foi a minha impressao quando visitei Mocambique em 1999.
Foi Uma experiencia um pouco chocante em relacao a limpeza das ruas…muito poderia falar…aos poucos vamos falando
Assis Vaz
Obrigado Yolanda pelas palavras encorajadoras e positivas.
Os nossos pais conheciam-se como todos os goeses na Beira.
Apesar de ser mais novo (nasci em 1963), também tenho recordacoes semelhantes da Beira.
Tenho feito o possível para retribuir o que recebi.
Votos de felicidades: a sorte persegue os audazes !
Assis
A História necessita de muitos anos para ser entendida de forma objetiva.
Somos humanos e como tal temos sentimentos que sao subjetivos.
Ana Maria Valente Ernesto Cordeiro
PARA NÃO ALONGAR TANTA BABOSEIRA QUE LI ATRAZ DIGO QUE CONCORDO EM ABSOLUTO COM O RUI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Assis Vaz
A maioria de nós nao aprendeu a ser grata.
Fernando Silva
Fui para Moçambique, essa terra abençoada, com 11 anos. O espaço, o cheiro, o verde do mato e a tipicidade das gentes tomaram conta de mim e proporcionaram-me uma adolescência única de valores de que me orgulho em manter até aos dias de hoje. Passei a independência e continuei a trabalhar por mais 2 anos pensando sempre em lá continuar, até me ver forçado a vir para Portugal devido às carências existentes na altura. Hoje com 69 anos ainda dou por mim a sonhar com esses tempos maravilhosos e dou por mim jovem a correr por aquelas praias de ´águas tranparentes e por aquele mato de liberdade. Bem hajam.
Manuel Teixeira
Yó
Como me lembro desse tempo,comer castanha de caju assado no momento,subir aos pinheiros junto a igreja do Macúti,dos acampamentos,das longas conversas quando nos juntávamos junto ao muro da igreja,dos jogos que fazíamos,quando nos despedíamos,dizíamos (tá tá),lembras te?.
Um sonho.
Beijinho grande, Yó
Maria ramos
Parece que os retornados não vieram todos humildes
Eu nasci em Lisboa vivi sempre pobre todos trabalhavam na fábrica Aliança
Fui criada com regras
Infelizmente aos 18 anos casei com um moçambicano da beira
Ele pouco se lembra mas refiro me aos pais e irmãos que me deixavam perplexa com as ditas recordações
Como por exemplo … Lá quem tomava conta do teu marido era o preto ,aliás tínhamos um preto para cada tarefa um lavava e passava os lençóis outro estava na cozinha etc mais barbaridades
Ao ponto de eu ter uma filha deficiente e a preocupação da avó retornada foi …tens de arranjar um preto para te ajudar ?????? Nada tenho contra ninguém todos temos saudades dos locais que marcam a nossa vida mas fico triste qdo vejo comentários dizendo que somos invejosos ? Todos os retornados foram ajustados os pais do meu marido foram claro que chegaram sem nada mas se lhes deram a mão foi mais fácil
Humildade é muito bonito e quem veio de Moçambique porque retornou ou nasceu lá é e será sempre igual a mim que nasci em Lisboa não são mais nem menos obg e desculpem mas decerto na infância nunca comeram sopa todos os dias porque não havia dinheiro para comprar muito mais
alfredo rodrigues
Nao concordo com a sra, vivi em moçambique na Beira ate aos 21 anos, na nossa casa havia sim um mainato que fazia o trabalho da limpesa da casa com aqui em portugal tenho uma sra uma vez p semana. Essa historia de um preto p cada pessoa era so p alguns que eu condeno.
Nao passei por retornado ( odeio essa palavra) porque fui para outros paizes de Africa e so voltei a 30 anos…
Sei que as pessaos que vieram p ca mtas foram tratadas mal inclusive pela familia, vim ca de ferias em 77 e as coisas ja estavam mais calmas.
Mas acredito que quem veio de fora tinha outra abertura, e adaptavam-se depressa as circunstancias, daí o seu sucesso.
Nao quero dizer que os portugueses de ca fossem melhores ou piores, eram mto fechados, talvez por culpa do regime mais implantado ca.
obrigado.
Ana Maria Valente Ernesto Cordeiro
PARA NÃO ALONGAR TANTA BABOSEIRA QUE LI ATRAZ DIGO QUE CONCORDO EM ABSOLUTO COM O URI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Maria
Concordo plenamente , tenho um percurso idêntico tive a “sorte” de não ter vindo com os pais para a Metrópole após a revolução, andei por outros países , mas sim lembro me que tínhamos o mainato e o que tratava da cozinha ajudando a mãe ! Mais tarde foi para nossa casa o filho do mainato , o pequenino , era assim que o tratávamos , brincava comigo andava na escolinha era como um irmão para mim.
Que liberdade! A vida era tão fácil as horas chegavam para tudo e ainda sobrava tempo!
Nasci e estudei na Beira , mais tarde casei com um “coca-cola” filho de um comandante da DETA .
Foi por pouco tempo que ficamos em Lourenço Marques a revolução obrigou-nos a sair do país e instalá-mo-nos em Pretoria, terra natal da minha sogra!
Com 3 filhos, um convite profissional foi a causa da mudança para Macau , adorei encontrei ali a minha segunda terra natal, 20 anos depois viemos para Portugal .
Nunca mais regressei a Moçambique mas fica uma vontade imensa, talvez um dia ….
Rogério
Claro, que em qualquer lugar existem boas e tbm ruins… você, por exemplo… e invejosa, minha caríssima Maria Ramos…
Assis Vaz
Maria Ramos: a atitude da família do seu marido nao é bitola para o resto das pessoas.
A maioria é humilde e grata pela vida que levou.
Luis Pereira
Nunca li tanta baboseira em tão pouco espaço, por alguns dos perfis que entretanto consultei…e parecem ser esclarecidos ( a não ser que foram falsificados)! Aquilo que a Sra. Carmo Vaz descreveu …o que lhe estava na alma! E bem! Era uma realidade! Longe dela de despoletar um discurso ignóbil e racista como este!
Eu vivo há 50 anos em Moçambique…e os meus filhos desfrutam disso tudo hoje! Sem pestanejar! Daí eu me recusar ir aturar meia duzia de ressabiados …porque os retornados singraram ….melhor! Porquê? Porque de facto são diferentes….e os comentários assim o provam! Ponto final, parágrafo e trvessão!
Cristina Varela
Nasci em Moçambique terra Boa e maravilhosa adorei a entrevista e é mesmo assim, quem nasceu e viveu lá sabe como é.
Eugenia Guerreiro
concordo plenamente! Somos diferentes e por isso é que teem tanta inveja de nós! Ao fim de 40 anos ainda não me sinto integrada , por mais que tente não consigo !
Vamos continuar a sermos felizes ok ! Abraços
Eduardo
Não nasci lá passei por lá mas há efetivamente algo diferente , natureza , cheiros, maneira de ser e estar enfim muitas diferenças
Maria Resende
Vai para lá. Dasss. Aqui só estorvas
António Duarte
Não se sentem integrados, porque aqui, negro não carrega branco. Aqui não há racismo! Quem não trabuca não manduca, com excepção de determinados parasitas, que pululam por aí. Vocês não obstante terem de abandonar, aquelas terras, chegaram cá e foi-lhes dado prioridade em tudo sobre quem cá estava. E muitos com posições que lá nunca exerceram. Falsos enfermeiros/as e não só.
Essa coisa do cheiro da terra, não compreendo isso! Quem era especialista nessas coisas, era o inesquecível, PAPA JOÃO ll, se em vez de viverem na Beira, vivessem em Marrupa, não vos cheirava muito bem estar naquela paragens.
Espero que se integrem!!! Entretanto, se não conseguirem voltem para lá. Estive lá dois meses muito recentemente, com amigos que lá ficaram e sentem-se lá felizes. De qualquer modo é tudo muito problemático…
António Duarte
Em tempo: Eu quis dizer Papa João Paulo II e não Papa João II…
Rui
Se nao fosse o pessoal de africa vc hj estava a comer merda. Negro é vc com mentalidade de negro da mata.
Stela
Saudades sou da Beira andei no colégio Pio x S.Benidito e estudei com todas as raças onde é um País que tinha várias raças e dava bem com todos viva Moçambique
Maria Resende
Vai para lá. Dasampara a loja. Vão trabalhar para lá. Fazer aquilo crescer
Macambuzio
As manambuas também comentam ? Já chegamos à Madeira ?
Marilia Franck Bjurstrom
Nasci e cresci em Quelimane. Conheci bem os teus pais e irmão. Que linda história , e fizeste-me regressar á minha Zambezia por uns instantes ! Obrigada por estes momentos Yolanda !
Yolanda Lobo
Muito obrigada!
Maria Faro
Lembro-me de a ver em Goa a passar férias em casa da avó Leocadia Flores, com a sua mãe. Convivi com os seus tios Judite, Marina, Noé e Ralph.
António Rosário
Também vivi na Beira durante 18 anos, Iolanda. Clima fantástico. Tenho imensa saudade dos bailaricos no CRIP e nos Operários Goeses, semana sim, semana não. E do basquete no Clube Ferroviário, especialmente entre equipas femininas (entre elas, a chinesa), futebol no SLB, Sporting, Desportivo, CRIP, Textafrica (em Vila Pery), hoquei em patins – ía a todas, salvo seja…hehehe. Mais uma vez, que saudades !!!
Carlos A M Loff Fonseca
De Moçambique (1962/77):
Gostei imensa da Natureza, do mar e tanto peixe, dos mergulhos nos recifes do Bazaruto, das Quirimbas e da Inhaca, dos corais e dos peixes, de Mueda e de Mocimboa da Praia. Foi para mim uma época e 3 filhos nasceram em LM (64/77. Vivemos melhor por lá, sem dúvida.
Não apreciei a desigualdade social e a falta de oportunidades dos fantásticos naturais (boa gente). Não concordei nem com a famigerada Guerra Colonial nem com os muitos abusos de poderosos e autoridades locais.
Vi muita miséria e pobreza entre a população … e foi pena tanto racismo associado aos sul-africanos da altura.
Todavia hoje (2016) os donos da terra ficaram piores desde 75. Nem com a libertação, foi pena! Lamentável … esta nossa África. Uma terra para uns poucos, como sempre …
Loff Fonseca/BCCI LM
Carlos A M Loff Fonseca
Quiz dizer hoje 2016 em vez de hoje 1916.
Nunes Matenga
Eu sou Moçambicano,gostei dos comentários percebe que vocês São mais moçambicanos.que nos de pele negra que nos achamos ser os verdadeiros moçambicanos por termos apele negra…
Fatima Costa
Desculpa amigo a cor da pele não quer dizer nada, sou branca nasci na Beira considero-me africana por ter nascido em Afrca!!! E tenho muitas saudades de Inhamizua onde morava.
Marília Manuela Ventura Nunes Marques
Yolanda, gostei da forma como me fez reviver a natureza africana, com que me impregnei. É tudo isso, é mesmo assim! E são esses odores que se “colam” à nossa pele e nos moldam a vida, para melhor!
Por outro lado, respeitando todos os comentários acima, não há dúvida nenhuma que ficámos muito mais ricos, contribuímos todos, com toda a certeza, com alguma coisa de nós, nem que seja para afirmar que Moçambique … é um belo País!
Nelson Mendes
Muito bem dito..
Nelson Mendes
Se uma simples e maravilhosa, reportagem acerca de um natural de Moçambique causa tantas reações positivas/negativas; nem quero imaginar o resultado da descoberta petróleo, ouro, diamantes etc, faria ao país e seus(meus) habitantes
Bárbara Dias
Parabéns pela sua carreira e por reavivar as minhas memórias dessa terra longínqua e tão presente.bem ha-jababalina61@hotmail.com
Maria Teresa Ribeiro da >Costa
Amei´………………..É isso mesmo
Ana Silva
Ana- se gostaram tanto de Moçambique, porque não voltam e ajudam a reconstruir um País, que tanto precisa? Não se compreende como em tantos anos, não o fizeram…
Amália de Almeida
Cá temos mais uma “entendida” que não deve ter uma noção do que está a dizer. E se voltasse atrás uns 40 anos e lê-se “com óculos de ler” tudo que se passou naquela época? Seria frutífero para si e evitava escrever sobre um assunto de que afinal NÃO percebe nada. KANIMAMBO!!
manuela lyra
Com todo o meu respeito D.Ana Silva, só devia comentar o que realmente tem conhecimento de verdade! Faz uma figura muito triste, assim!
Eduardo
Desculpe mas não deve saber do que fala. Se fossem para lá hoje em dia para participar na reconstrução do país como refere eram novamente postos de lá para fora. Hoje o que se passa nesses locais não é a reconstrução de um país é o fim desse pais com fome,guerra e corrupção á mistura. Naturalmente não sabe o que é a ideologia comunista. Finalizando eles querem só o país para eles , veja o caso de Angola quanta fortuna tem o Jose Eduardo dos Santos ??? e o povo passa fome , não há escolas , não há infraestruturas para fazer crescer aquele país , não lhes interessa . Querem é ganhar dinheiro para fortuna pessoal . A independencia foi dada de forma ditaturial a um só partido seja em Angola ou Moçambique .Bem estou p aqui a falar para alguem que com esse comentario só denota analfabetismo sobre todos os aspetos .Não nasci lá , não vivi lá apenas cumpri a minha obrigação militar naquele país mas sei bem ver o que se tem passado ao longo dos anos .Sugiro vivamente e antes de fazer este tipo de comentarios que só a deixam mal vista que se informe , leia acerca da historia daqueles países desde a independencia e se tiver paciencia veja antes o que se passava
Maria Resende
Boa!
Maria Resende
Boa resposta Ana. Vão para lá fazerem o que em tantos anos não fizeram
Roubsvam a nós aqui para dar a vocês. Dasss
m.j.s.n
Tenho a idade desta Sra, e também nasci na Beira, o meu pai era maquinista de locomotivas e andava sempre transferido, saí da Beira muito novinha.
Assis Vaz
Foi um pena ter saído tao cedo da Beira.
A Beira teve o seu auge a partir de 1970
Irene queiroz
Moçambique é o meu país, nós somos pessoas diferentes, temos uma postura diferente, um encantamento especial, a maneira de comunicarmos e diferente tudo isto é muito mais Moçambique nos deu,nos ensinou.Adoro, tenho tantas saudades
helder sufiano
verdade IRENA QUEIROZ !……….FALASTE A VERDADE!!!!
Artur
Parabens grande Mulher adorei
Anibal Silva (Lito)
Nasci na ilha de Moçambique e vivo em Portugal, mas “nunca saí” da Ilha. Lito.
FERNANDO DE CARVALHO
Lito, deves lembrar-te de mim. Sou o Ramos ( de cabelo comprido ) que trabalhava no Lumbo, CFM com o Afonso, de 59 a 62. Bom saber que ainda existes. Saudades do MUIPITI.
José Rodrigues
Isto era o verdadeiro Moçambique; só quem lá viveu, como éramos felizes com tão pouco…
José Miguel Rodrigues
Fernando
Com pouco? Não diga disparates. Milhões de pessoas nascidas em Moçambique não tinham nada, para milhares de brancos terem tudo.
Amália de Almeida
AMIGO FERNANDO. NÃO FALE DO QUE NÃO SABE E QUANDO FALAR LEIA MAS LEIA BEM TUDO QUANTO SE ESCREVE SOBRE MOÇAMBIQUE E VÁ LÁ SE AINDA NÃO FOI MAS PONHA OS ÓCULOS. KANIMAMBO!!
jorge
Falou a ignorância…Coitado
José Rodrigues
Já vi que você , Fernando , fala do que não deve e diz o que não sabe…
Não bebeu água do Umbeluzi…
luisdossantos@free.fr
OU DO XIVEVE.(1961…)
Dina Faria
Concordo plenamente consigo! E apesar de tantos anos passados, ainda me revolta a forma como se esquecem do sofrimento que essa vida feliz e que “não custou nada”, causou ao VERDADEIRO Povo Moçambicano! Que tristeza de espírito e que montanha de egoismo!…
Antonio Diniz
“VERDADEIRO Povo Moçambicano”…. esta triste Dina, pensa que só são verdadeiros os negros e mestiços… todos os outros que lá nasceram são Chineses e Russos. Enfim…..
José Rodrigues
Outro Fernando em versão feminina…fala do que não sabe, diz o que não deve…já agora conhece algo de Moçambique, poe acaso viveu lá?o que é que vem fazer aqui para este site?
Maria Resende
Boa Dina Faria
Que os pariu!
José Rodrigues
Outra sem nível , que por cá aparece…
Sem chá…
Maria Colimão
Quer então dizer sr. Fernando que agora que os brancos vieram embora é que ficaram bem….não fale do que não sabe para não fazer figura ridícula!!!! Tristeza.
Eduardo
Não fale do que não sabe , nota se mesmo que é anti Nacionalista . E diga me eles agora o que tem ??? guerra ,fome ,corrupção e muito mais . Precisam de voluntarios para lhes tartar da saude e educação enqueanto o governo de lá mete ao bolso fortunas …. e o pirata era eu
DONALD
Pois venham todos que serão benvindos sempre que desejarem. A terra continua a mesma . Muito caju , muita manga da boa, muito caranguejo e camarão e sobretudo muitos corações pra vos receber como é nossa característica . Á maneira moçambicana . Um abraço e beijos a todos especialmente à MARIA do Carmo Lobo. Bem hajam todos!!!!
SP
Faço minhas as suas palavras caro Donald. Que nos visitem, se puderem. O retrato da Yolanda é real, fiel e verdadeiro. O bem estar é material e a felicidade um estado de alma. Bem hajam os de boa fé!