UMA DATA NA HISTÓRIA – 7 de Setembro de 1944… Águas de Montemor
A Empresa das Águas de Montemor foi fundada em 7 de Setembro de 1944, com a denominação de “Fonte de Montemor” com o capital de quatrocentos e vinte e cinco contos, divididos em quatro quotas pertencentes a Maurício Luís Neves, Eurico Marinha de Campos, Jaime Luís Neves e Luz da Aurora Neves.
Em 21 de Abril de 1948, o seu pacto social foi alterado, passando a denominar-se, “Empresa das Águas de Montemor (Namaacha) Lda”.
Esta Empresa constituiu-se para explorar uma nascente de Água de Mesa, bacteriológicamente pura, situada na povoação da Namaacha, no local denominado “Montemor”, propriedade do velho pioneiro, Amadeu Luís Neves.
A Empresa começou por explorar a água no estado natural e gazificado, e mais tarde, enveredou pelo fabrico de refrigerantes de renome mundial, da marca “Canada Dry” e também da “Pepsi Cola”.
Esta Empresa foi a pioneira em todo o território português, na modernização da indústria de refrigerantes. A Empresa com estabelecimento industrial na Namaacha e Sede na então cidade de Lourenço Marques, era associada de “A Distribuidora, Lda.”,
“Fábrica de Refrigerantes de Gaza, Lda.”, “Fábrica de Cerveja da Beira, Lda.”, e “União Fabril de Refrigerantes, Lda.”, com fábricas em Quelimane e Nampula.
A capacidade de produção da Fábrica da Namaacha, era de dois milhões e quinhentos mil litros anuais, de refrigerantes e sodas. O processo de fabrico era todo mecânico e do mais moderno, assim como a pasteurização dos xaropes, tratando-se de águas e esterilização de vazilhame.
A matéria-prima importada era apenas a dos extractos, que representava cerca de dez por cento do custo do produto. As restantes matérias-primas eram de origem nacional, e na sua maioria de produção moçambicana, (gás carbónico, açúcar, cápsulas, garrafas, caixas de madeira, etc).
A comercialização dos produtos era feita através de uma organização comercial, denominada “A Distribuidora Lda.”, sendo feita por meio de venda directa, distribuidores e Agentes.
A empresa “Águas de Montemor” tem 76 anos de existência.
João de Sousa – 07.09.2020
6 Comentários
Mario
Tombazana,vimto,laranjada,eram da fábrica Reunidas que situava-se entre av:do trabalho e escola S.José de Lhanguene com uma montra enorme que nos deixava de boca aberta a ver como os refrigerantes eram engarrafados. Xaropes Dias tinha a loja própria na av:Manuel Arriaga ao lado do bazar Vasco da Gama e era também motivo de espanto para todos os miúdos a verem aquela quantidade e variedade de xaropes!
Paulo Marques
Boa tarde, está empresa ainda existe?
Ainda tenho ações dela comigo.
Obrigago
BigSlam
Caro Paulo Marques, existem duas empresas:
Água da Namaacha.
Endereço: 749 Av. das Indústrias, Matola, Moçambique
Telefone: +258 82 310 2624
Águas Montemor
Endereço: Rua Josina Machel, 714 R/C – Maputo, Moçambique
Telefones: +258 82/84 324 4380
Importante saber a qual das duas empresas diz respeito.
Aquele abraço e sempre ao dispor.
Augusto Martins
Eu tive o prazer de assistir, quando ainda frequentava a instrução primária e na companhia do meu pai, à inauguração deste edifício, aquando do lançamento, em Moçambique, da marca “CANADA DRY”, pela Empresa das Águas de Montemor.
A sua construção foi autorizada, numa zona da Namaacha, conhecida por “Matianine” e posteriormente aportuguesado para Montemor, situada na vertente oriental dos Montes Libombos, relativamente perto do marco geodésico que separa os três países confinantes: MOÇAMBIQUE, SWAZILÂNDIA e ÁFRICA DOO SUL
Nesta zona, existia uma abundante fonte de água natural e de boa qualidade, que justificava a instalação daquela indústria e acabou por conduzir à aprovação e construção do edifício, cuja inauguração ocorreu nos finais dos anos 40.
Nessa data, eram administradores da empresa os Srs. Marinha de Campos e Amadeu Luis Neves, que convidaram a autoridade administrativa local, na pessoa do Administrador da Circunscrição da Marracuene Sr. José Maria Marques da Cunha (na época, a Namaacha, era apenas um Posto Administrativo inserido naquela Circunscrição), em virtude de ter sido o principal responsável pela autorização daquele grande e inovador projecto, fundamental para a economia e desenvolvimento local.
Augusto Martins
Os xaropes DX, eram fabricados inicialmente numa pequena cervejaria situada no início da Av. Manuel de Arriaga, entre a loja do “Lourenço Marque Bazar” (mais tarde, substituído pela loja de móveis DECORAMA) e a mercearia “Rocha Neves”.
O seu proprietário era o Sr. Dias (mais conhecido pelo Dias dos Xaropes), já “velhote” nos anos 50, quando eu o conheci. Posteriormente , sucedeu-lhe o seu filho, que manteve e desenvolveu a marca e o mesmo negócio até à independência de Moç..
Eu, apesar de já ter provado Capilés em várias partes do mundo, ainda hoje, mantenho a opinião de que “Xarope de CAPILÉ DX” é o melhor que alguma vez bebi.
Quanto à “TOMBAZANA” e ao “VIMTO” , eram marcas comercializadas pela Fábrica de Cervejas Reunidas.
Fernando Machado Almeida
Lembro-me da TOMBAZANA e do VIMTO.Não me lembro se eram fabricados também na Namaacha. E quem não se lembra dos xaropes DX