Recordando o Cântico Negro de José Régio, «…a minha vida é um vendaval que se soltou. É uma onda que se alevantou. É um átomo a mais que se animou…», para introduzir a horrenda morte que assolou o Adriano Martins, policia marítimo e humilde chefe de família! A sua morte no mar, em salvamento de um iate de bandeira alemã, deixou a descoberto a fragilidade do sistema de proteção social, encontrando-se a família (viúva e três filhos) em dificuldades.
Para atenuar a dor e restabelecer o equilíbrio fundamental da vivência, quis a «Associação Gastronómica Figueira com Sabor a Mar»,
associada ao ícone empresarial «DeltaCafés»
na magistral personagem do seu fundador, grandioso obreiro e filantropo, Comendador Manuel Rui Azinhais Nabeiro, lançar o repto aos figueirenses para numa saudável caminhada solidária pela esplendorosa e inigualável marginal, da soberba cidade à beira-mar, beira-rio e no sopé da serra, plantada, a Figueira da Foz, das finas areias, berços de sereias procurando abrigo (obrigado Maria Clara).
Todos aqueles que se associaram a tão solidário evento, adquiriram senhas a 3€ (três euros), presenteados com um kit (água, sumo, barra energética, t’shirt e mochila) do programa solidário «Tempo para Dar», compromisso por causas solidárias em prática pelo universo «DeltaCafés», para atenuar o tempo que se faz sentir!
A promoção da «Caminhada Solidária», foi apadrinhada por um famoso, não residente, mas amigo e solidário com a Figueira da Foz, Fernando Mendes, uma presença de peso, para fazer sorrir em tristeza!
De registar o n.º de participantes, esgotando os kit´s disponíveis,
destacando-se o “refúgio” ao carro-patrulha da PSP, após 200m de prova
enquanto o Comendador Rui Nabeiro, o Presidente da Autarquia e o responsável da organização, Mário Esteves,
mantiveram uma passada cadenciada entre a Esplanada Silva Guimarães/Rotunda do Pescador/Torre do Relógio, da Praia da Claridade à Praia de Buarcos,
acompanhados pela multidão, entre carrinhos de bebé e animais domésticos.
Por tão nobre causa, até São Pedro se associou, com uma esplendorosa manhã, solarenga, de temperatura amena, sem vento, atenuando a génese triste da caminhada, em pleno contentamento descontente, tão bem ilustrado por Bocage em:
«Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara.»
Num final apetecido, água e maçã, e a evocação ao malogrado Adriano Martins, cabendo ao capitão do porto, Rui Amado arrebatar a extrema plateia num prolongado aplauso, destacando para o efeito, o camarada, amigo, agente de eleição e excelente profissional!
De acordo com a organização caberá à família 6.203€ (seis mil e duzentos e três euros).
Como reflexão final, exorto ao pensar, associando as palavras de Vergílio Ferreira refletindo sobre a vida, sobre a morte, …
«A tragédia só existe em face do que a nega. Em face de quê o jovem de hoje há-de entender a tragédia de hoje?»
Paulo Craveiro e companheira com ramos de rosas – “Oferta de um amigo pessoal, para homenagear os virtuosos da causa, a viúva (bouquet de 20 rosas) e ao patrocinador Comendador Manuel Rui Azinhais Nabeiro (bouquet de 17 rosas), 82 anos, notável empreendedor de Campo Maior. Por simpatia, oferecemos também uma rosa ao FM, ME e JAN”.
A pensar, aos beijos e abraços, v/Devoto Incensador de Mil Deidades, PC_oBispo_05Jun13.
O BigSlam registou alguns momentos desta jornada solidária…
As gentes da Figueira da Foz estão de parabéns com este bonito gesto de solidariedade!