DIM_Dia Internacional da Mulher, 8 de Março, a celebração foi adoptada pelas Nações Unidas (ONU_Organização das Nações Unidas) em 1975, para assinalar as conquistas sociais, politicas e económicas das mulheres.
Porém em 1791, já a França rejeitava completamente o projecto da «Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã (em francês, «déclaration des droits de la femme e de la citoyenne»), texto jurídico, exigindo status de completa assimilação jurídica, política e social das mulheres, escrito por Marie Gouze, também conhecida por Olympe de Gouges.
Também a 8 de Março, mas em 1857, na cidade de Nova Iorque (USA), um grupo de operárias de uma fábrica de tecidos, fizeram greve,
reivindicando por melhores condições de trabalho:
- redução na carga diária de trabalho de 16h (dezasseis horas) para 10h (dez horas);
- equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do vencimento de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho);
- tratamento digno, dentro do ambiente de trabalho;
A manifestação foi reprimida com brutal violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, a qual foi incendiada, morrendo aproximadamente cerca de 130 tecelãs (cento e trinta mulheres), num acto hediondo.
Em 1910, em Copenhague, Dinamarca, durante a II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, Clara Zetkin, professora, jornalista, socialista-marxista alemã, propôs a criação de um dia oficial para as mulheres, tornando-se um ícone na luta feminista na Europa.
Na Rússia a revolução de 1917, é claramente marcada pela participação das operárias russas, que em manifestações contra o regime czarista, vão lutando pelo voto feminino, por melhores condições de vida e de trabalho, e contra a entrada do seu País na 1ªGuerra Mundial.
Contudo somente em 8 de Março de 1975, a data passa a vigorar anualmente no calendário mundial, realizando-se na maioria dos países, conferências, debates e reuniões, cujo objectivo é discutir o papel da mulher na sociedade.
Assim o dia 8 de Março não encerra em si mesmo um acto comemorativo, assumindo-se também como uma defesa brilhante e radical em nome de demandas das mulheres, em liberdade e igualdade, pela proclamação autêntica dos direitos humanos universais.
De luta em luta constante, através da história com memória, eis chegados a 2014, e de repente, ouvimos ou lemos algo de diferente invadindo de súbito, como por magia, o nosso deslumbramento, «CHAUPADI».
«Chaupadi» é uma tradição ainda em prática em certas regiões do Nepal, que descrimina as mulheres durante o período menstrual, colocando-as nessa fase do mês a viver à parte da restante comunidade em que se integram. Durante esses dias, as mulheres são obrigadas a dormir em abrigos precários ou mesmo ao relento, impedidas também de usar água de rede pública ou tocar em outras pessoas.
Esta prática, está proibida pelo Supremo Tribunal nepalês desde 2005, mas conforme refere o documento das Nações Unidas, «Chaupadi» é uma tradição que continua a vigorar e tem levado à morte muitas mulheres. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado ou abolido nesta estória dos humanos e os seus direitos escritos ou inscritos.
Rosa Batista, professora, mãe, mulher com raça e tenacidade, presidente com forte liderança e espírito de conquista, vê o seu valoroso desempenho, solidário e altruísta, ao serviço da comunidade, pelo bem comum, ser valorizado, divulgado e preservado, enaltecendo-se pelo fim o principio defendido ironicamente pela madame Olympe de Gouges, contra o preconceito masculino, a causa das mulheres, «Mulher nasce livre e permanece igual aos homens em direitos».
Para terminar, porque vale sempre a pena, convido-os a todos do «Nosso Ponto de Encontro», mas em especial, permitam-me a todas as mulheres (mulher-perigosa, -bonita, -safada, -entusiasta, -pequena, -voluptuosa, -carinhosa, -carente, -casada, -solteira, -bombeira, -médica, -escritora, -comediante, -bailarina, -motorista, -dançarina, -massagista, -imperatriz, -rainha, -grande, -magra, -calada, -impetuosa, -engraçada, -delicia, -engenheira, -cientista, -astronauta, –desportista, -sorriso, -deputada, -ensaista, …, e à mulher-senhora, minha mãe!), a sugarem o tutano ao poema «É tarde, meu amor», escrito pela pena da mulher-pensadora, Maria Aurora Carvalho Homem, in «Discurso Amoroso»:
É tarde, meu amor,
É muito tarde.
O tempo implacável me consome
E destrói o vigor do corpo moço:
Apagou o fulgor do meu olhar,
Roubou a altivez do seio cheio,
Secou o rio manso do meu ventre,
Cobriu de pergaminho a minha mão,
É tarde, muito tarde,
Mas… por dentro,
Ainda bate, por ti, o coração.
Bem haja, mulheres!
Aos beijos e abraços, PauloCraveiro_oBispo, v/Devoto Incensador de Mil Deidades_08Mar14.
Um Comentário
Wanda Serra
Wanda Serra
Um abraco de agradecimento para Paulo Craveiro e concerteza para ti Samuel .
Gostei!!!!!!
Wanda