O NOVO TIMONEIRO
Gostei da atitude da Federação Moçambicana de Futebol ao conceder o voto de confiança a João Chissano, promovendo o treinador à condição de principal.
Trata de apostar na prata da casa, como já aconteceu no passado. E trata-se de apostar num desportista humilde, que desde os tempos do Alto Maé, onde nasceu e cresceu, com algumas passagens pela Munhuana, soube sempre granjear a simpatia dos que com ele conviveram. O futebol nasce para João Chissano aos 11 anos de idade, não no Costa do Sol, como muitos podem pensar, mas sim no Ferroviário, numa altura em que as grandes referências do nosso futebol passavam pelos “locomotivas”, pelo Desportivo, pelo Sporting ou pelo Benfica de Lourenço Marques.
Com o andar dos tempos veio o clube da sua predilecção, e foi no Costa do Sol, como ele próprio afirmou “que me tornei homem”. Jogou até 2001. Depois veio a carreira de treinador. Começou por ser o “mister” do Têxtil do Pungué e com a equipe de Sofala, chegou à Taça de Moçambique, um facto que não acontecia naquela agremiação há 19 anos.
É este João Chissano, com quem partilhei alguns momentos importantes da sua carreira, quer ao nível do seu Costa do Sol como ao serviço da nossa Selecção Nacional, nos jogos do Campeonato Nacional ou nas deslocações ao exterior do País, que agora assume o comando dos “mambas” numa altura em que da nossa equipa nacional se apoderava o descrédito total, em função dos resultados negativos que foi acumulando ao longo do tempo.
Acredito que a qualificação ao Can Interno, a ter lugar na África do Sul, levou os dirigentes federativos a “promover” João Chissano à condição de “homem forte” do nosso combinado nacional. Só que financeiramente, a julgar pelas notícias postas a circular, não houve revisão salarial, pelo que ele continua a auferir o mesmo salário acordado aquando da sua indicação para adjunto de Gert Engels.
Seja como fôr, e sem pretender questionar esta atitude da Federação, há que acreditar na capacidade deste jovemhumilde, honesto e trabalhador de seu nome João Chissano, que, conjuntamente com todos os elementos da sua equipa técnica, pode levar os “mambas” a bom porto.
Assim esperamos todos nós, quanto mais não seja até Julho de 2014, data do final do seu contrato com a Federação Moçambicana de Futebol.
Força João.
João de Sousa – 11.09.2013