Daniel Roxo: uma lenda de Moçambique
Ou quando os políticos, e outros, se fazem “esquecidos” (?) dos heróis
- Se a guerra colonial já não lhe diz nada, então este texto não é para si.
É a minha homenagem ao Comandante Daniel Roxo! E a todos antigos combatentes na figura deste paramilitar. Para que a memória não os esqueça!
Esclarecimento
Porque no artigo publicado no mês anterior sobre o Guilherme de Melo, referi o Daniel Roxo, recebi pedidos de leitores que queriam saber quem foi. Outros queriam conhecer melhor a sua vida. E ainda outros seus conhecidos, para o recordarem!
Tudo isto porque durante a guerra colonial parte das populações do centro e sul de Moçambique acompanhavam com alguma indiferença o que se estava a passar no Norte, e não sabiam quem era o Daniel Roxo.
Assim como muitas cidades do nosso país erguem monumentos em homenagem aos antigos combatentes, o nome de Daniel Roxo permanece esquecido pelos políticos, pelos munícipes e pela Assembleia Municipal de Mogadouro, sua terra natal. Por isso, decidi resgatar sua memória e prestar homenagem a este ilustre transmontano.
Sabemos que todos os países têm os nomes das figuras notáveis (seus ídolos ou heróis) atribuídos a ruas, avenidas e bairros das suas vilas e/ou cidades, algumas vezes substituindo outros nomes com anos do conhecimento público.
Nem todos! Porque desde o 25Abril74 os sucessivos governos e a comunicação social deste país, embora tenham feito de alguns políticos e comentadores “anti-fascistas” os seus “heróis!”, há outros que, mesmo salvando vidas, por “esquecimento ou malmequerer” têm caído em desgraça!
Porquê Daniel Roxo?
Porque – “Foi o civil mais condecorado pelo exército português, durante a guerra colonial”.
- Porque – Todos que estivemos e fomos militares no norte de Moçambique, sabemos que salvou vidas às partes em conflito. E particularmente às gentes e militares no distrito do Niassa. Onde era conhecido.
- Porque – Recebeu de um jornalista e escritor, este elogio:
[…] Há, em todas as guerras, em todas as lutas e campanhas, aquelas figuras que, irrompendo da vulgaridade, de repente se agigantam e transformam naquele misto de realidade e fantasia com que depois se haverão de perpetuar, de geração em geração, entre as páginas da História e as brumas da Lenda. […] Francisco Daniel Roxo é um desses homens, uma dessas figuras que, sem sombra de dúvida, ficará para os vindouros nesta nossa terra […].”
(Guilherme José de Melo, Jornalista Moçambicano do DN
- Porque em tempos vi no Facebook um post da autoria de Manuel Resende Ferreira sobre o Daniel Roxo, que pela quantidade de visualizações e comentários motivou o meu reparo. Entre estes estava um da Paula Roxo da Silva que me chamou à atenção que dizia: “Rest in peace Daddy miss you” (Descansa em paz Pai sinto saudades).
Quero dizer à Paula, aos irmãos e família, que devem sentir orgulho do seu pai! Porque pelo que os “seus homens” contavam, (ele falava pouco disso!) e os Serviços de Informações Militares confirmavam. O seu pai foi um homem destemido sem medos, e muito estimado pelas populações do Niassa, e não só!
– “Olha aqui um carro da mesma marca e com motor igual ao meu!”
Isto disse eu, muito admirado! Ao Eduardo Serrano, Palma Mira, João Picado e ao Delfim, que naquele fim de tarde estavam comigo junto ao café Planalto da antiga cidade “militar” de Vila Cabral, aonde tínhamos acabado de chegar.
Como era uma cidade com baixa densidade populacional onde todos os residentes se conheciam e com pouco mais de “meia dúzia” de viaturas civis, aquela chamou-me à atenção! O carro que tinha acabado de estacionar era um “Ford Consul” da mesma marca e motor igual ao que eu tinha comprado em 2.ª mão.
“… Roxo guiava um Ford Consul, oferta do Governador Civil….” Revista Observador, nº 14 de 21/5/1971.
De dentro saíram três homens. O condutor, de estatura mediana, e dois moçambicanos com farda militar.
Disse aos que estavam comigo: – “Deve ser um oficial superior com os seguranças! E não usa divisas para não se conhecer a sua patente. Só pode estar mesmo “apanhado do clima”, para trazer um automóvel destes para estas paragens sem estradas!”
Cheio de curiosidade por ver ali aquela viatura dirigi-me ao condutor. E um pouco “embaraçado” por não saber como tratá-lo, disse-lhe que tinha um carro da mesma marca com a mesma série de motor. E como o meu já me tinha dado complicações gostava de saber se naquelas paragens com tantas picadas, o dele também já lhe tinha dado problemas… Disse-me que não, porque andava pouco com ele. Mas precisava de um arranjo de chaparia. A conversa não passou do automóvel! Algumas vezes depois, ainda o vi sair de um Mercedes Benz do Governador do Distrito(?).
Só depois de lhe falar, é que me disseram quem ele era!
Por me verem falar com ele um grupinho de militares próximos, disse que era o Comandante Roxo. De quem eu, na vida civil, já tinha ouvido falar, mas nunca prestei a devida atenção. E nem por fotografias o conhecia!
Foi pelo que contavam dele, os que o conheciam, que me despertou a curiosidade. E só depois soube quem realmente era!
Era muito conhecido e respeitado pela população civil e militares, no distrito Niassa.
– Tinha o apoio das gentes do interior, a quem dava segurança, e às vezes também lhes fornecia parte das suas caçadas, impedindo que a guerrilha massacrasse as populações que não a apoiavam.
– Os militares respeitavam-no porque com o seu conhecimento e estratégia, fez “abortar” ao inimigo emboscadas, golpes de mão e assaltos.
– E os guerrilheiros como sabiam que ele conhecia bem o teatro de operações e era cauteloso nas suas movimentações com medo de serem capturados, evitavam fazer certo tipo de intervenções mais “ousadas”!
Roxo não matava os seus prisioneiros. Entregava-os às nossas tropas para serem interrogados. E por isto salvou vidas às partes em conflito.
Foi talvez por conhecer bem o terreno que pisava, e pela sua colaboração com as nossas tropas, que no Niassa a guerrilha nunca teve grande apoio. E procurou esse apoio nas populações do vizinho distrito de Cabo Delgado.
Os que o conheciam bem disseram-me que falava pouco das operações militares em que participava. Gostava mesmo, era de contar as suas caçadas! E muito do que se ia sabendo sobre o seu modo de actuar contra a guerrilha, era contado em privado, ou por alguns dos “seus homens”.
Como eu andava em escoltas cruzámo-nos e cumprimentámo-nos poucas vezes.
A última vez que o encontrei foi na entrada de Vila Cabral. Ele estava a chegar com alguns dos seus homens, e eu ia ao Catur dar escolta ao transporte de lanchas até Metangula no Lago Niassa. Porque em Meponda (Porto de Arroio) embora mais perto, não havia condições para o seu lançamento à água!
Quem foi Daniel Roxo, um dos maiores nomes da guerra em Moçambique?
Por ter sido o civil mais condecorado pelo exército português, tem para muitos militares o “Estatuto de herói Nacional!” Sem nunca ser reconhecido como tal, pelos sucessivos governos pós 25Abril74!
Francisco Daniel Roxo nasceu em Mogadouro, Trás-os-Montes, a 1 de Fevereiro de 1933. Filho de Francisco Roxo e de Justina Vilares.
Foi para Moçambique em 1952 com 19 anos para a cidade de Nampula trabalhar na via-férrea até ao Catur. Depois mudou-se para Vila Cabral no distrito do Niassa, onde como caçador profissional conhecia bem o terreno, aprendeu o dialeto local e casou com uma moçambicana; sendo pai de seis filhos.
Em 1964 como a luta armada começava a sério no distrito, e ele já não podia exercer a profissão de caçador, pediu ao governador do Niassa, major Carlos Augusto da Costa, autorização para organizar uma formação paramilitar de voluntários exclusivamente moçambicanos, alguns já seus “pisteiros nas caçadas”, com o fim de apoiar as populações do interior e travar a entrada dos guerrilheiros no distrito.
A partir dessa data com os seus voluntários, chegando a ter 30 moçambicanos da sua confiança que não apoiavam a guerrilha. Começou actuar com eles e a colaborar com os militares portugueses no reconhecimento do terreno antes das operações militares.
Com grande eficácia em combate, impondo respeito ao inimigo, o nome de Daniel Roxo começou a fazer história! Contavam que o modo de actuar com os seus homens era hoje comparável a um filme de acção do tipo, Jonh Rambo! Nunca entrava nos aldeamentos pelo mesmo local e antes de entrar pela calada, fazia sempre o reconhecimento do terreno destacando sempre alguns dos seus homens a fazer segurança. Nos aldeamentos o seu interlocutor era sempre o “Régulo”!
Embora muitas operações fossem feitas com o exército português, era ele e os seus homens, porque conheciam bem o teatro de operações, que passavam as informações para que as acções tivessem êxito.
Não sendo militar, recebeu das autoridades portuguesas – 2 cruzes de guerra e uma medalha de Serviços Distintos pelos Serviços Prestados.
A seguir ao 25Abril74 com a previsível independência de Moçambique, sentindo-se abandonado e desamparado pelos nossos militares com quem colaborou, e sabendo que a Frelimo oferecia uma alta recompensa (falavam em até 80.000(?) dólares) pela sua captura, refugiou-se na África do Sul alistando-se no famoso batalhão “Os Búfalos” com a patente de Sargento, para em Angola combater os cubanos que apoiavam o MPLA.
Roxo também recebeu a maior das condecorações Sul-africanas, equivalente à Portuguesa, Torre Espada.
Morreu em Angola a 23 de Agosto de 1976, perto do rio Cubango (Okavango) ao serviço das Forças Especiais Sul Africanas.
Esta foto mostra a colocação, com a presença do Major-General Fritz Loots, Comandante das Forças especiais Sul-Africanas, de uma lápide no cemitério de Thaba Tshwane onde constam o nome dos portugueses que perderam a vida em combate no sul de Angola.
Este acto foi minimizado pelo Embaixador de Portugal em Pretória, alegando que não foi “previamente consultado” para dar o aval oficial à cerimónia. Mas mesmo que fosse, teria de ter sempre a permissão do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Lisboa. Porque aqueles portugueses combateram integrados numa unidade militar Sul-africana durante o Apartheid, e alguns tinham pertencido à Pide.
Possivelmente o senhor Embaixador “estava esquecido” que aquele país acolheu e aceitou receber dezenas de milhares de refugiados portugueses de Angola e Moçambique!
Agora, por ironia do destino – As chefias já podem enviar militares em missões de paz para países que nada dizem a Portugal como: O Mali, Congo, Sudão e outros. Mas com armamento moderno para combaterem a tal “paz(?)”- Como os tempos mudam!
É deste paramilitar que os amigos, os militares e conhecidos falamos. Porque, pese embora as vidas que poupou, a história, por “esquecimento(?), falta de memória” ou medo de melindrar terceiros, não lhe reconhece valor e não fala dele!
Termino como comecei.
Todas as cidades e vilas prestam homenagem aos seus heróis, atribuindo seus nomes a ruas e avenidas. Dessa forma, a Câmara Municipal e os habitantes de Mogadouro, da maneira que julgarem mais apropriada, deveriam também honrar o legado deste filho da terra.
Tentei contactar a sua filha Paula, mas até hoje sem sucesso.
- Fontes e fotos retiradas com a devida vénia do Google, comandante Daniel Roxo e Rio dos bons Sinais um blogue de Gabriel Cavaleiro aonde deixei um comentário.
Para nós, com o BigSlam, o mundo já é pequeno… Muito pequeno!
João Santos Costa – Novembro de 2024
38 Comentários
joão santos costa
Quero vos agradecer o tempo que dispensaram a ler este artigo!
Um agradecimento especial aos que colaboraram com o seu comentário de reconhecimento ao Comandante Daniel Roxo.
Espero, com esta artigo, ter correspondido às expectativas de todos que o leram e participaram.
Estão todos convidados a ler e participar nos próximos artigos que o BigSlam vai publicar .
O meu próximo, que o Samuel vai fazer o favor de publicar este mês, é sobre o Natal de 1974 que foi o último que Lourenço Marques passou com este nome.
Até breve.
Muito bem hajam.
JSC
NUNES DE FAFE
muito boa noite a todos os camaradas ,que tal como o grande Homem que foi o Daniel Roxo lutou pela Patria Homem de coragem que eu tive o prazer de conhecer pessoalmente ,quando estava em OLIVENCA distrito do NIASSA a cumprir servico militar eu e o meu pelotao que era o poltao do ALFERES SANTOS DA GUARDA fomos dar apoio ao grande Homem, isto em fevereiro de 1974 PAZ A SUA ALMA NUNES DE FAFE
Rogério Machado
Teve muitos heróis em Moçambique, que até pessoalmente conheci! Facto!
Mas dois deles, me desculpem os outros heróis, foram ainda acima de quaisquer outros, me perdoem… são eles:
– DANIEL ROXO; Português da gema…
– CAPITÃO BIG ONE; Moçambicano e português da gema…
Por estes e todos os outros tbm, minha gratidão eterna…
Vcs serão SEMPRE lembrados!
José Dantas
Foi um privilégio ter conhecido F.Daniel Roxo e família quando estive em casa dele no aniversário do filho no Niassa – Vila Cabral. Estive a trabalhar na Junta Autónoma de Estadas agora ANE antes de entrar para a exército.
Tenho como recordação uma fotografia com ele e mluns anos mais tarde ter estado com ele na RSA. Vim a saber que faleceu num acidente em Angola. Deus o tenha em paz. Mama Sume
Carlos Galvao da Silva
Muito obrigado por esta homenagem a um dos maiores Herois Portugueses. Tive ainda a Honra de ser apresentado ao Heroi Roxo aqui na Africa do Sul. Que esteja em Paz.
Ma.jose Roxo
Sou sobrinha do Daniel Roxo e sinto me honrada e comovida pela belissima reportagem! Mto.obgada e quero acreditar q.sera sp.1a.referencia na historia de Moçambique! Bem haja
J. Correia
O meu herói!
Manuel Martins Terra
Daniel Roxo, um transmontano de rija têmpera e conhecido por todos nós que estivemos em Moçambique, que honrou a sua pátria, foi ironicamente por essa mesma pátria esquecido. Na minha opinião Daniel Roxo, e muitos outros militares africanos que estiveram ao serviço de Portugal, deveriam logo após o eclodir do 25 de Abril, incorporarem o exército português e regressarem ao território português antes da proclamação da Independência de Moçambique. Infelizmente, foram deixados sós as garras dos seus algozes, ávidos de vingança, Uma página negra da famigerada descolonização, e de triste memória para todos nós. Quer-me parecer, que nem mesmo em Mogadouro, vila que eu conheço exista esse reconhecimento a um filho da terra, quer com o seu nome numa das suas artérias, ou mesmo um busto. Enfim, já nada é de estranhar,
joão santos costa
O teu comentário não podia ser mais oportuno, Manel. É mesmo isto que em também penso!!
Um grande abraço.
Nino ughetto
Ulala Tudo bem escrito bela demontaçào dos nossos herois Eu depois de Boane em 1964/ 65 fui para o Norte, Zona de “guerra ou combate’ como queiram.. estive no Norte até 1967 Estive em Catur Mecuburi,,Nampula,Nào sei mais onde estive, mas em dois anos Niassa Vila Cabral ,Tete,Marrupa Mueda Mocimbo da Praia etc etc etc. Vi morrer muitos colegas e amigos, e hoje ainda pergunto. como foi possivél darem a nossa terra como se nada tivesse importancia… Os negros soldados eram ficeis a nossa armada ,..é so ver os soldados que acompanhavam o Comandante Roxo e outros como ele ..Tivemos grandes herois negros que deram a vida por Moçambique (Portugal ) e … no final esses negros fieis a nossa causa foram entregues à Frelimo, qque os fusilaram todos, e outros queimados vivos e grandes zonas cavadas e regados com gasolina…Quem sào os responsaveis ? Quem fala disso ??? Està TUDO esqucido o tempo tudo apagou (TUDO PASSA TUDO ACABA). e certo é que eu ou outros como eu, que vivemos essa tragédia ,nào poderemos nunca esquecer…Hoje longe ,bem longe choro de ver que o povo Moçambicano esta a ser massacrado pelo governo “FNL e em Cabo Delgado pelos satanista do Islào… e assim vai o mundo…Nào havera nunca,nunca mais a alegria de viverem juntos com os portuguese como antes… Um abraço
António Manuel Rodrigues
Nasci, cresci e vivi em Moçambique, na Malhangalene da ex-Lourenço Marques e actual Maputo até á fatídica noite de 21 de Outubro de 1974, após a qual, os meus pais decidiram enviar-me para a “Metrópole”.
Independentemente de concordar ou discordar de qualquer ideologia política, RESPEITO A OPINIÃO DE TODOS. Mas, entendo que o nome de DANIEL ROXO devia se devia respeitar e perpetuar. Para se falar deste Homem é preciso contextualizar (ter em conta a data em que ele esteve ao serviço das forças armadas portuguesas (durante uma guerra (guerra colonial)) e perceber que ele NÃO FOI UM POLÍTICO, FOI APENAS UM MILITAR que se destacou pelos seus feitos no desempenho das suas funções e que, como tal, o seu nome devia ficar na História!
Não podemos misturar a ideologia ou opinião política de cada um de nós com aquilo que foi a coragem e a bravura no cumprimento do dever militar de UM GRANDE HOMEM, em nome de um país que era o seu e que é o nosso Portugal.
A questão do 25 de Abril, da descolonização, etc, SÃO OUTROS TEMAS para serem discutidos noutras conversas, onde provavelmente não estaremos todos de acordo e que NÃO TÊM NADA A VER COM A HOMENAGEM, A GRATIDÃO E O RESPEITO que Daniel Roxo merece.
Hambanine
Manuel Pereira Martins
Obrigado pela biografia resumida que publicou. Morreu debaixo de um blindado que accionou uma mina. Tentaram desesperadamente levantar a viatura para o retirar mas a força dos braços e o desespero não foram suficientes. Quem estava no local disse que morreu fumando um cigarro e sem soltar um “aiiii” de dor.
Vi também um comentário do Luís Jacinto Pereira, que eu fui substituir a Mueda em Julho de 1970. Abraço Luís.
Victor Manuel Quaresma
A operação Roaz, que foi o transporte das duas lanchas do Catur para Metangula, operação dos três ramos das forças armadas, chefiada por um almirante, certamente deve o seu êxito ao Comandante Daniel Roxo, tivemos uma pane num tractor, que ficou com a transmissão torcida numa subida não muito ingreme, mas o peso da lancha também não era pequeno. Operação que decorreu com normalidade como se não estivesse-mos em zona de turras.
O COMANDANTE DANIEL ROXO, NÃO MERECE SER ESQUECIDO. É UMA VERGONHA DA POLITICA PORTUGUESA SE TAL ACONTECER.
Luísa Monteiro Paixão
Obrigada João pelo belíssimo texto que acabei de ler. Não estive pessoalmente envolvida em nada pois meu marido, Carlos Paixão, esteve em LM como Alferes Miliciano em 1959.
Mas li tudo emocionada mas nada admirada com o que relatou. Infelizmente sempre assim foi e continuará a ser
Um abraço
Joao A. V. Bernardino
Obrigado por esta biografia condensada do Daniel Roxo.
Ana Paula Roxo
Os meus sinceros agradecimentos por esta homenagem prestada ao meu tio Daniel que me deixou deveras comovida. Um sentido agradecimento e um forte abraço ao João Santos Costa
Victorino Manuel Dos Santos
Grande Homem e grande Portugues ! ( Que Deus o tenha em paz e sossego ). Homem com conhecimentos que muitos generais de “aviario” hoje em Portugal 2024, näo conseguem ter. Sim o Daniel Roxo, aprendeu e formou-se na escola da vida e no teatro das operac,öes.
LUIS JACINTO PEREIRA
Grande SENHOR Daniel Roxo!!!! Hoje, infelizmente, a História de Portugal não é entendida e não é respeitada por muitos cidadãos nascidos em Portugal. Sou ex-combatente e orgulhoso de ter defendido a Pátria Portuguesa. Muito obrigado João Costa pelo excelente resumo do nosso Herói Daniel Roxo.
Francisco Duque Martinho
Caro João SC: parabéns por mais este belo artigo a recordar e homenagear quem se distinguiu na então nossa Província Ultramarina de Moçambique. Não conheci Daniel Roxo, mas como julgo que a grande maioria dos jovens dessa época, senão todos, de nome era sobejamente conhecido pela sua intervenção na luta contra o terrorismo da altura; o teu artigo enriqueceu o meu conhecimento sobre a sua vida, de que desconhecia várias facetas. Só te vou pedir desculpa por “ousar” discordar da forma como designaste a guerra, como colonial e não como Ultramarina ! Nascido e criado em Moçambique, considero que o conceito de “colónia” tinha deixado de fazer sentido há já muitos anos, sendo incorrecta. Em minha opinião, era de facto uma Província Ultramarina. Forte abraço e continua a dar-nos a conhecer factos sempre interessantes do nosso tempo !
joão santos costa
Olá Francisco
Tens toda a razão no que referes ao termo “guerra colonial”. Foi lapso meu porque nos outros artigos que tenho escrito refiro: “Guerra ultramarina/colonial”.
Muito obrigado pelo teu reparo.
Um grande abraço.
Eduardo Castro
O grande Roxo!!!
Vi-o algumas vezes nas paradas militares do 10 de Julho junto à Câmara Municipal e ao grande Mouzinho!
Como eu vivia no prédio Montepio, no 11º andar, tinha uma vista privilegiada sobre toda a cerimónia.
Carlos
Era muito miúdo 10 anos por aí, mas como tive vários primos e irmão q fez a tropa na altura, e ouvia falar do Sr. Roxo, sempre foi uma figura mística para min. Obrigado pela explicação. Depois de tantos anos (mais de 50) fiquei a saber na realidade quem ele foi. 🙏🏿🙏🏿🙏🏿
Orlando Valente
Senhor JOAO GOUVEIA
O que o senhor escreveu tem muita razao… Mocambique nada dizia para os militares que vinham para o Ultramar, se bem que Mocambique era uma PROVINCIA DE PORTUGAL PARA TODOS OS EFEITOS. MAS A DESCOLONIZACAO QUE PORTUGAL FEZ, FOI ENTREGAR O PAIS A UM GRUPO ARMADO TERRORISTA CHAMADO FRELIMO, SEM TAO POUCO CONSULTAR AS POPULACAO SOBRE ELEICOES GERAIS O QUE NEM TAO POPUCO FOI ABORDADO… ASSIM SE DEU A CATAQSTROFE DA FUGA DOS MOCAMBICANOS QUE PERDERAM TUDO, MUITOS MORRERAM E AINHA HOJE E PASSADOS 50 ANOS, O POVO MOCAMBICANO GRITA NAS RUAS PORQUE ESTAO NO LIMIAR DA MISERIA, SEM COMIDA, SEM ESCOLAS, SEM NADA…. E PORTUGAL O QUE FEZ? APENAS METEU O “RABO ENTRE AS PERNAS”… mocambique que mandava o ouro dos Mocambicanos que trabalhavam nas minas Sul Africanas PARA PORTUGAL, O ALGODAO E OUTRAS RIQUESAS … MAS MOCAMBIQUE PARA AS TROPAS DE PORTUGAL,VINHAM PARA NAO SEREM PRESOS?.. MAS PARA IREM COMBATER PARA O KOSOVO FAZIAM BICHA… PORQUE IAM GAMNHAR DOLARES…. SIM IAM GANHAR DOLARES!!! MAS CADA UM SEGUE OS SEUS CRITERIOS…
Orlando Rodrigues Valente
João Gouveia
João, realmente fizeste uma boa homenagem ao Daniel Roxo de que todos em Moçambique ouviam falar. Roxo fez aquilo que gostava como muitos outros que também foram heróis. Conhecia bem a região pois foi aí que sempre caçou (a sua grande paixão). Era temido pela Frelimo, pois tinha o mesmo conhecimento que muitos deles. Que Mogadouro lhe quisesse prestar uma homenagem (só por lá ter nascido) vá que não vá, agora a nível nacional não vejo qualquer razão. Então também e por muito mais o Eng. Jorge Jardim também teria e muitos mais. Muitos não gostam nem têm de gostar, pois essa é a vantagem da democracia, todos podem emitir a sua opinião e todas devem ser respeitadas. Roxo foi para a África do Sul e continuou a fazer o que gostava, lutar no que ele acreditava e nem teve qualquer problema sabendo que a África do Sul praticava a discriminação de raças. Os militares enquanto precisaram dele condecoraram-no. Depois do 25 de Abril todos baixaram as armas e queriam era vir embora. Para a maioria que ia de Portugal, Moçambique não lhes dizia nada e iam defender por obrigação e medo de serem presos. Sejamos realistas, houve uma guerra que nunca deveria ter existido, houve quem não tivesse ficado contente com o 25 de Abril e há quem tenha participado na guerra e ainda hoje se sinta injuriado e agredido por desprezo dos políticos. Não estou de acordo e também fui militar e fiz colunas a Mueda. Tenho passe grátis para os transportes e não me queixo. Apenas me queixo da má gestão que os políticos fazem da coisa pública.
Orlando Valente
JOAO SANTOS COSTA.
So depois de escrever sobre o heroi DANIEL ROXO, e que me debrucei a ler e pela primeira vez, algo sobre esta figura que tanto ajudou com as suas milicias as tropas portuguesas destacadas no Niassa. Fui adjunto de administrador de posto EM MUIDUMBE, pertencente a Mocimboa da Praia, juntamente com os postos administrativos de chiure e Ocua. Anteriormente trabalhei como aspirante administrativo na administracao de Mecufi, pertencente a Porto Amelia, distrito de Cabo Delgado. Conheci a administracao civil em Mueda, a missao de Nangololo, Vila Cabral, e Catur. Sobre o comandante DANIEL ROXO eu ouvia falar muito dele. Estive no norte de Mocambique desde 1962 ate Agosto de 1964, periodo que coincidio com a sua actividade militar no Niassa. Soube depois quando da altura da catastrofe que foi a descolonizacao que ele tinha saido de Mocambique e soube do acidente que o vitimou. Que Portugal intoxicado pela descolonizacao, desprezou Mocambique e as suas gentes e como mencionei no tempo do Goncalvismo, chegamos a perder a nacionalidade portuguesa e fui apatrida durante 9 anos. Fugi para a Africa do Sul em Dezembro de 1974 onde vivi durante 35 anos… mas motivado a situacao politica do pais, vim para a IRELANDA onde ja me encontro a quase 9 anos. Goastei imenso da reportagem do JOAO SANTOS COSTA, demonstrando um profissionalismo jornalistico, ocasionando prazer de quem le as suas reportagens, usando uma leitura e de facil compreensao.
A todos BEM HAJAM!
Orlando Rodrigues Valente
ughetto
Como sempre, escreves muito bem, assim como os que comentam , hoje no Big Salam.. Tu sabes bem o que se passou, é triste a nossa historia…Um abraço
agostinho rocha
Nos anos 1970 a 72 e no Norte Niassa, estando em Cantina Dias onde acompanhei o Roxo e suas milicias em operações na Serra Geci.Bom camarada e homem de luta Paz a sua alma
Sérgio Cardiga
Obrigado João, um Grande Homem que não merece ser esquecido …
Fantástico trabalho da tua parte
Forte abraço companheiro
Carlos M Mendes
Obrigado pelo excelente artigo
Virgílio Horta
Excelente artigo João. Conheci o Daniel Roxo em Nampula, quando estive no serviço militar. Um homem que não passava despercebido. Abraço
Milton Mota
Conhecio pessoalmente quando estive no Dondo em fevereiro de 1973 em formação para entregar o grupo GE 411 no Niassa. Pessoa afável e de fácil trato. Quanto aos nossos políticos tratam os antigos combatentes com desprezo, e muitas vezes os que pertencerão as tropas especiais,nem digo.
Victor Figueiredo
Grande Herói da historia de Africa. Fui militar em Cabo Delgado / Mueda.
Muito se falava deste Enorme Homem. Que pena os Abrileiros não terem capacidades intelectuais para homenagear um Herói desta envergadura.
Arnaldo Ferreira
Foi o civil paramilitar mais guerreiro da guerra colonial. Merecia o respeito e homenagem de Portugal!
Rui Martins
Infelizmente a memória dos homens , com h, é curta, principalmente quando chegam ao poder
Armindo Matias
Obrigado João Costa por mais este trabalho e parabéns por teres a coragem de enaltecer os feitos deste nosso Camarada de Armas.
Eu que não tenho problemas em honrar todos os que se bateram pela Pátria presto a minha homenagem a este Combatente. A história está a provar de que lado estava a razão. Infelizmente o curso da história estava traçado e não havia volta a dar-lhe. Abraço
Fernando Teixeira Xavier Martins
Conheci D. Roxo em Vila Cabral, infelizmente Portugal esquece muitos. Um abraço lá longe de Herói.
Dolce Gouveia
Óptimo artigo, João!
Quem munca ouviu falar de Daniel Roxo em Moçambique?
Mais um nome a esquecer com a abrilada, que elevou a heróis alguns bandidos…….esquecendo-se de outros verdadeiramente heróis!
É assim a política, feita de interesses pessoais e partidários…….
Carlos Pacheco
Um homem que realmente amava Moçambique!