Relatos de uma viagem por terras de África (16) – “Queimando os últimos cartuchos em Moçambique…”
10 de março de 2017 – Sexta-feira
Estava programado regressarmos a Joanesburgo no domingo, logo pela manhã… havia que aproveitar da melhor forma os dois dias que restavam em Maputo.
Assim, na véspera, contratámos os serviços do Miro,
um jovem que exerce a sua actividade de táxi através do seu “txopela” (tuk tuk); para passearmos por Maputo, a nosso belo prazer e aproveitarmos os últimos momentos nesta cidade, nada melhor…
Neste dia, tinha como objectivo principal, dar a conhecer a Escola Portuguesa de Maputo à Helena, uma instituição que me tinha deixado fascinado, da última vez que aqui estive, há doze anos atrás.
O Miro levou-nos pelo bairro da Sommerschield
e, ao passarmos na Rua Dom Carlos, hoje Rua Nwamatibyane, foi com um sentimento muito especial que avistámos os escritórios da Portucel Moçambique, uma Empresa da The Navigator Company, uma Companhia que tem uma posição de destaque no mercado internacional da pasta e do papel, sendo uma das mais fortes marcas de Portugal no mundo,
onde a Helena exerce a sua atividade profissional em Lavos, na Figueira da Foz.
Aproveitámos para cumprimentar os seus Colegas em Moçambique – O Administrador da área Florestal João Lé e o CFO Paulo Silva
Depois de um simpático e entusiasmado acolhimento, despedimo-nos com um abraço fraterno.
Hoje os escritórios da The Navigator Company, estão situados no antigo Parque de Campismo,
nas Torres Rani – 9º andar, Avenida Marginal 141, Maputo – Moçambique.
Seguimos depois em direção à Escola Portuguesa de Moçambique
A caminho da EPM-CELP,
passámos pelas embaixadas do Japão,
e da China.
Chegámos, então, à Escola Portuguesa de Moçambique (EPM – CELP)
Vista aérea com a localização da Escola Portuguesa de Moçambique-CELP
Entrámos e fomos à procura do António Faria Lopes, antigo árbitro de basquetebol da Beira, e atual Coordenador do Centro de Recursos da EPM-CELP,
que se prontificou, logo, em nos dar conhecer a Escola. Mostrou ser um excelente Cicerone!
A simbologia portuguesa está bem patente por todo o lado…
Esta, é uma escola em que a ciência anda de mãos dadas com a cultura…
Ao longo dos corredores, por onde circulam os alunos, podem-se observar muitas obras de arte
e imagens com descrições de várias regiões de Portugal
Uma placa, em azulejo, alusiva à inauguração do Museu do Azulejo – Novembro de 2007,
Os azulejos estão expostos em diversas paredes da escola… lindíssimo! Respira-se Portugal!
Existe, também, o “Quadro de Honra”, um espaço reservado para distinguir os melhores alunos.
Desfrutem agora da beleza exterior desta magnífica escola
e das excelentes infraestruturas escolares:
Creche/pré primária dos 3 aos 5 anos.
Auditório “Carlos Paredes”
Parque infantil de recreio.
Pavilhão gimno-desportivo coberto com marcador electrónico e onde se podem praticar várias modalidades ao mesmo tempo.
Desporto Escolar: Equipas da Escola Portuguesa de Moçambique – CELP, nas mais diversas modalidades
Pavilhão com cobertura ao ar livre,
onde fui encontrar a Anabela Ferreira, antiga atleta da AAM de atletismo, a dar aulas de educação física.
Duas piscinas
estando a ser ultimado mais um espaço desportivo ao ar livre, junto às mesmas.
Numa das zonas jardinadas, existe um mural com placas alusivas a efemérides da Escola Portuguesa de Moçambique.
A escola está equipada com um amplo parque de estacionamento.
À saída das aulas
No final, agradecemos toda a disponibilidade e simpatia ao António Lopes, por nos ter proporcionado a excelente visita guiada. Bem haja, Toni!
À entrada e saída da escola, é obrigatório o registo e controlo no posto de segurança.
Foi um privilégio visitar esta escola, e as imagens falam por si – uma verdadeira maravilha!
É melhor que a maioria das nossas escolas estatais em Portugal, não pela beleza exterior, mas por todas as infraestruturas que alberga, incluindo todas as atividades que exercem ao longo do ano… dando ênfase aos temas culturais, além da sociabilidade que verificámos entre alunos. Qualidade de vida para alunos e professores que poderia, ou antes, deveria ser adotada nas escolas em Portugal!
No regresso passámos pela “Lanchonete do Atleta” no Parque dos Continuadores (antigo Parque José Cabral)
para nos despedirmos da Ludovina Oliveira, antiga atleta do atletismo do Ferroviário LM e proprietária deste acolhedor espaço de restauração.
Encontrava-se lá o meu homónimo, responsável técnico do atletismo do Ferroviário de Maputo – Azarias Samuel a quem desejámos os maiores sucessos para o atletismo moçambicano.
Demos um pulo à FEIMA – Feira de Artesanato, Flores e Gastronomia de Maputo, mesmo ali ao lado, onde aproveitámos para fazer as últimas compras…
Estava na hora de regressarmos a casa; foram quatro horas de aluguer de “txopela” que passaram num ápice…
Se visitarem Maputo e precisarem de transporte, não deixem de contactar o Miro, um jovem educado, simpático e bom profissional.
Foi só chegar a casa e mudar de t-shirt. Pouco depois, chegava o Mário Gomes que nos vinha buscar para almoçar, em sua casa, com a família.
Um excelente almoço, confeccionado pela sua esposa Márcia, com a colaboração da sua filha Yara na confecção da sobremesa. Uma família onde as mulheres pontificam na arte de bem cozinhar…
As entradas estavam óptimas! Chamuças, rissóis e caranguejo recheado…
Depois, foi servido um arroz de marisco que estava uma delícia…
O almoço decorreu num ambiente descontraído e com óptima disposição…
Por fim, chegou a vez da Yara nos mostrar as suas qualidades na cozinha e nos presentear com uma deliciosa sobremesa – “petits gâteaux”. Eu que até nem sou guloso! 🙂
Como bons “moçambicanos”, a “bula-bula” estendeu-se pela tarde dentro, com o Mário Gomes a evidenciar os seus dotes de bom conversador.
Só não esteve presente a bonita Liara, em virtude de estar na escola.
Foi um almoço excelente, na companhia de uma família super simpática… só nos resta dizer Kanimambo!
Ao meio da tarde, o primo Pedro Barbosa “Pê” reuniu-se connosco em casa do Mário Gomes. Logo depois e a nosso pedido, levou-nos a visitar as instalações do Clube Estrela Vermelha (ex-Malhangalene) onde exerceu atividade de treinador de atletismo de 1981-1985.
À entrada das instalações, o pórtico e bilheteiras com as novas cores do Estrela Vermelha, na Av. Marien Ngouabi (antiga Av. Caldas Xavier).
Veio-nos receber o antigo e simpático funcionário do Clube – o Zafanias.
No campo de futebol, realizava-se um treino com jovens atletas.
Recordo-me que, nesta rua, por detrás do muro branco, viviam os manos Cardoso – Moisas, Zé Covinhas e Nela, e tinham como vizinha a Elizabete “Beta”… bons tempos!
Ao lado, situa-se o campo exterior coberto.
Algumas atletas de basquetebol aguardavam a hora de começo do seu treino
e mostraram todo o interesse em saber mais sobre o BigSlam.
O exterior do pavilhão está um pouco diferente:
O antes
e o agora
Ao fundo, funciona actualmente um bar.
Entrámos, de seguida, pela porta dos atletas e verificámos que o interior do pavilhão se encontra em bom estado de conservação.
Bancada central com os camarotes no topo.
Na bancada contrária aos camarotes, mantém-se a cabine de som e o espaço reservado para os oficiais de mesa aos jogos.
Visitámos a secção de hóquei em patins do clube,
e fotografámos a recente conquista – Supertaça 2017 da Associação de Patinagem da Cidade de Maputo
Despedimo-nos, desejando os maiores sucessos a esta emblemática colectividade.
Sobre o popular Clube Desportivo da Malhangalene e respectivo bairro, não deixe de ler o extraordinário artigo do bloguista do BigSlam – João de Sousa. Clique na palavra (escrita a azul): MALHAAAAANNNNNGA!!!
Saímos pela Av. Marien Ngouabi (ex Av. Caldas Xavier) e virámos na esquina, onde se situa a Igreja Católica da Malhangalene (Nossa Senhora das Vitórias)
que ocupa uma larga área junto ao cruzamento do final da Av. Mao Tse Tung (ex Av. Massano de Amorim) com a Av. Vladimir Lenine (ex Av. Augusto de Castilho).
Descemos a Av. Vladimir Lenine em direção à baixa. Esta avenida passou a ter só um sentido (ver foto seguinte).
Quase em frente à Igreja Nossa Senhora das Vitórias, ficava a Tabacaria “Cantinho da Sorte” (2), onde eu em criança comprava os livros de cowboys e cromos para colecionar, e um pouco mais à frente tínhamos o Bar Malhanga (1).
Cruzamento da Av. Paulo Samuel Kankhomba (ex Av. Gomes Freire), com a Av. Vladimir Lenine.
Rua de acesso ao pátio apelidado de “Gato Preto” onde em criança se jogavam umas boas futeboladas…
Na esquina seguinte da Av. Agostinho Neto (ex Av. 31 de Janeiro) com a Av. Vladimir Lenine, a antiga cervejaria Laurentina foi substituída pela pizaria MIMMO’S eatalian.
Continuando pela Av. Vladimir Lenine, mais à frente podemos ver a Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Maputo
no cruzamento com a Av. Eduardo Mondlane (ex Av. Pinheiro Chagas)
Na esquina seguinte, no cruzamento com a Av. Ahmed Sekou Touré (ex Av. Afonso de Albuquerque), pode ver-se a bomba de gasolina “Ex” e a Escola Industrial 1.º de Maio (antiga Escola Industrial Mouzinho de Albuquerque).
Virámos na Av. 24 de Julho em direção ao prédio da antiga Pastelaria Pigale.
Por detrás fica a Rua Metical (ex Rua Sá de Miranda), onde a Manuela Teixeira me pediu para tirar uma foto a uma casa onde, penso, também viveu – espero ter acertado na casa!
Depois, solicitei ao primo Pê para nos levar até ao Dhow Maputo na rua de Marracuene, pois tinham-me falado muito bem deste espaço que foi inaugurado em 2012 e que é, simultaneamente, uma galeria de arte e um restaurante café.
Não tivemos sorte, pois o mesmo estava fechado para obras de remodelação.
Mesmo ao lado do Dhow Maputo, nasceu uma urbanização de luxo; ao fundo podem-se ver as célebres “Torres Vermelhas”.
Já que aqui estávamos, aproveitámos para nos deliciar da vista privilegiada sobre a baía de Maputo…
… e baixa da cidade.
Um pouco mais tarde fomos contemplados com este bonito por do sol.
Partimos e fomos até ao Café das Acácias, onde tínhamos um encontro com a sempre simpática Danila,
e como o mundo é pequeno encontramo-nos com o futebolista Cipriano Santos “Nito”, antigo atleta do Sporting Nampula 74-76 (Júnior) , Desportivo Maputo 77-78 (Júnior), Costa Sol Maputo 78-81 (Júnior/Sénior) e uns anos depois no futebol português…
Estivemos também com a Paola Rolletta, uma jornalista italiana, que conheci da última vez que visitei Moçambique e onde vive e trabalha como freelancer para diversos órgãos de comunicação nacionais e internacionais.
A mesma que, em 2011, publicou o “finta finta”, um livro que traça a história do futebol moçambicano através de trinta e um retratos de jogadores e técnicos que levantaram alto o nome de Moçambique em todo o mundo, desde a década de 50 até aos dias de hoje.
À noite fomos jantar ao Restaurante Casa do Peixe, situado na marginal de Maputo,
um local muito conhecido pelos seus fantásticos pratos de marisco e peixe, e também pelo frango saboroso, feito verdadeiramente à maneira moçambicana!
No restaurante fomos encontrar o José Marques “Zeca” a jantar com a família.
O espaço é simpático, a comida muito bem confecionada e apresentada; um serviço bastante bom e a preços bastante atrativos.
Já no final do jantar, juntou-se a nós o simpático casal – Marisa Loforte e Fabrizio Perticaroli
e a cavaqueira prolongou-se pela noite dentro…
Regressámos a casa já tarde; Maputo dormia calma e serena…
Foram utilizadas algumas fotos nesta reportagem, cujos créditos são do blog housesofmaputo e de Saint-Louis Studio, a quem o BigSlam agradece!
Música: MOZAMBIQUE.wmv (Georgina)
- Não perca o próximo episódio desta viagem por terras de África – “Último dia em Maputo”.
(Figuras do desporto moçambicano, reunidos num almoço convívio no Restaurante Costa do Sol em Maputo.
Saiba quem esteve presente nesse almoço – A NÃO PERDER!!!)
NOTA: Para ver ou rever as anteriores reportagens, basta clicar nos links seguintes (escritos a azul):
1ª – “Viagem até Joanesburgo e o primeiro dia nesta cidade!”
2ª – “Jantar convívio com antigos desportistas de Moçambique radicados em Joanesburgo!”
3ª – “Fim de semana em Marloth Park!“
4ª – “Partida de Marloth Park e Chegada a Maputo!“
5ª – “Primeiro dia na cidade de Maputo!”
8ª – “Um passeio pelos clubes da baixa de Maputo!”
9ª – “Convívios… e entrevista da televisão STV ao BigSlam!”
10ª – “Visita a alguns locais emblemáticos de Maputo!”
11ª – “Almoço e jantar com amigos em Maputo!”
12ª – “Viagem e primeiro dia na praia do Bilene…”
13ª – “À descoberta de um novo Bilene…”
14ª – “Visita à Casa do Gaiato de Maputo e Aldeia Ndivinduane”
15ª – “Deambulando pela baixa de Maputo… almoço e jantar com amigos de longa data”
4 Comentários
Maria José
lugares com recordação e convivio com amigos, o que pode ser melhor na vida ?? obrigado por este passeio, reconheci alguns lugares.
Maria Manuela Matos
Muito OBRIGADA pelas maravilhosas fotos que publicou. Vivi 25 anos em Lourenço Marques e adorei a publicação.
Luis de Sousa (L.M.)
Maningue Naice, “” nunca mais pode fica esquece”” Kanimambo.
Domingos Vilas Boas Jardim
Muito bom!
Com excelentrs fotografias