DÍVIDAS OCULTAS – MOÇAMBIQUE
Pelo seu interesse e actualidade prolongada – actual e prolongada do passado -, transcrevo com a devida vénia, na íntegra e tal como recebi, o texto com o título mencionado em epígrafe, identificado como sendo da autoria de Justiça Nacional.
O texto foi-me enviado por e-mail reencaminhado por dois colegas.
A prisão dos suspeitos de corrupção em Moçambique – calamidade que o próprio Papa não se coibiu de denunciar publicamente há dias em Moçambique e perante todo o tipo de presentes, nomeadamente das altas autoridades governamentais e da Frelimo – ficar-se-á só por este detido ou abrangerá também todos os restantes?
Se se verificar o primeiro caso, estaremos perante um bode expiatório que servirá para branquear outros suspeitos, entre os quais altos responsáveis da Frelimo e do Governo.
Por mim, tenho dúvidas que o cancro da corrupção seja tratado até às últimas consequências, pois não é do interesse da Frelimo reconhecer publicamente a existência no seu seio de altos dirigentes corruptos, desonestos, delapidadores do erário público, etc. E a Frelimo continua a ser o Estado.
Segue a transcrição do aludido texto:
DÍVIDAS OCULTAS — MOÇAMBIQUE
As lágrimas de Renato Matusse!
O antigo conselheiro político de Armando Guebuza, estamos a falar de Renato Matusse, deu entrada ontem por volta das 18:30 minutos na Cadeia Central da Machava. Como um preso vulgar, primeiro passou pela “Permanência” onde foi submetido a uma revista a pente fino. Está agora no mesmo pavilhão que outrora acomodou Ndambi Guebuza.
Entrou no recinto reclusório banhado em lágrimas. Falou para todos os que quiseram ouvir que ele foi traído. Por quem não disse. Imaginamos que devia se referir a Armando Guebuza ou Filipe Nyusi. No caso de Nyusi, até esteve no último lançamento do livro de Renato Matusse. Até discursou e no final do acto, foram beber conhaques juntos e hoje o manda prender.
Há uma praxe na cadeia. Todos os novatos devem oferecer qualquer coisa aos antigos, como forma de comprar bom tratamento. Renato Matusse não tinha um centavo. Tudo o que trazia nos bolsos ficou na “Permanência”. E recebeu um tratamento vulgar. Ali onde se encontra deixou para trás todas as mordomias que tinha até a casa de um milhão de dólares que comprou com o dinheiro do calote, nosso dinheiro.
E já havia sido destinado a dormir no chão, não fosse a bondade de uns guardas que lhe arranjaram uma beliche. Foram lágrimas a noite toda.
E alguns vão perguntar como é que “Justiça Nacional” sabe de tudo isto. Tem as suas fontes e são imbatíveis. Pois é Renato Matusse: quem te viu e quem te vê! Este senhor, no tempo das vacas gordas, carregava jornalistas, amigos e oportunistas de ocasião para Muzingane, a sua aldeia em Gaza. Eram comidas regadas com bebidas importadas. Tudo nosso dinheiro. Agora chora. São lágrimas de crocodilo!
E Renato Matusse tem um corpo bojudo. Bamboleava por todo o Maputo. Todas as portas escancaravam-se só de pronunciar o seu nome. Agora está ali no Djamangwana a mofar. E este senhor tem 61 anos. Não há-de aguentar o peso da cadeia. Talvez o Armando Guebuza passe por lá um dia para lhe confortar. Ao invés de escrever livros sobre a Frelimo, lambendo botas, agora vai escrever coisas reais. É duro o frio do concreto e as grades e o tilintar do molho de chaves do carcereiro para quem passou a vida a beber uísques importados e filé mignon!
Aqui se faz. Aqui se paga!
(Justiça Nacional, siga-nos no Facebook)
Fim de transcrição.
Pierre Vilbró – Setembro 2019
3 Comentários
miza
K ninguem se xkeca, Africa e Africa, e diferente, a justica aki funciona de forma diferente, o numero 1, desde o dia 29/12/2018 k nao tira o pe de Mocambique, senao…….vai p/Kempton Park tambem………ate la, vive faustosamente e todos akeles k tambem xtao na cadeia…….e tudo 1 fantochada, estes presos (diferentes) saem de noite para ir dormir a suas casas, e regressam de manhazinha, ou voces pensavam k xtavam a serio na cadeia da Machava????? Em Africa…..tudo e diferente.
rui gouvêa
Prefiro não comentar esta triste e condenável realidade.
Manuel da Silva
Quero ver o papa em Portugal para lhe ouvir o discurso. Será que se vai lembrar dos corruptos deste país?